O resultado foi o melhor da tarde. Talvez só a sinalização positiva de Ferreira, autor do gol do 1 a 1 com o Palmeiras, se aproxime de um domingo em que o Grêmio mostrou poucas luzes. Renato mudou o esquema, vestiu-se de prudência e adotou um modelo conservador, com Lucas Silva, Darlan e Matheus Henrique formando um tripé na frente da área.
Ou seja, começou pela segurança defensiva o caminho de retomada do time. Não resgatou a confiança a pleno, mas indicou ao torcedor um norte. Era importante interromper a sequência de resultados e atuações ruins, construída pelo empate em casa com o Fortaleza e pela derrota, marcada pela apatia, para a Universidad Católica. Às vésperas do Gre-Nal, ao menos a questão dos resultados foi brecada.
Não veio a vitória. Pelo contrário, a derrota foi evitada nos acréscimos, em gol de Ferreira. Porém, se viu um time mais postado e marcando muito no meio-campo. O preço disso foi a baixa produção ofensiva. Grêmio e Palmeiras fizeram um jogo de manobras táticas, de marcação e vigilância constante do adversário. So que, com a posse da bola, mostraram uma pobreza criativa assustadora. Principalmente, pelo lado dos paulistas, cujo leque de alternativas no banco de reservas só o Flamengo tem igual ou melhor.
No caso do Grêmio, a precariedade ofensiva denota o desequilíbrio técnico do time desde a saída de Cebolinha. O time produz pouco. Não consegue mais envolver os adversários com a troca de passes, com uma transição articulada.
Assim, Renato optou por buscar do seu arquivo um modelo pragmático, o mesmo que usou nas duas passagens anteriores e com o qual teve algum resultado. É isso que procura a partir de agora.
O torcedor, que se acostumou com o mix de vitórias e atuações de luxo, precisará colocar um filtro na hora de analisar o time. A realidade, ao menos neste momento, é essa de simplificar o jogo e buscar um gol que garanta a vantagem. E será assim na quarta-feira, no Beira-Rio.