A felicidade é vermelha. Na frente de mais de 44 mil torcedores, o Inter foi mais efetivo do que o Grêmio, venceu por 1 a 0 o clássico 417, com gol de Edenilson, e é, de novo, líder do Brasileirão. Mais do que nunca, ganha força o sonho do tetracampeonato brasileiro. Derrotado, mesmo mostrando força no segundo tempo, o Grêmio estagnou na quinta posição e faz da Libertadores cada vez mais sua meta deste semestre.
A escassa criatividade foi o problema dos dois times. No Inter, a exuberância de Dourado, que se impunha em todas as investidas do Grêmio, e a determinação de Edenilson, rápido na transição, não tinha correspondência na armação. Patrick, pela esquerda, obteve vitórias pessoais até Renato providenciar um auxílio a Léo Moura na marcação, tarefa atribuída a Ramiro. Nico López, também pela mesma faixa de gramado, tinha lampejos de criatividade, mas não conseguia espaço para os arremates, seu ponto forte. Pela direita, Pottker tentava a vitória na força física, mas tinha pela frente um inspirado Bruno Cortez. O quadro ainda ficava pior quando a bola caía nos pés de Jonatan Alvez, jogador de acentuada limitação técnica.
Sem Maicon, o Grêmio perdeu quase toda a sua criação. Faltava a Cícero, eficiente como marcador, a capacidade de conduzir a bola. Thaciano, nervoso, foi envolvido a maior parte das vezes e abusou das faltas, uma delas punida com cartão amarelo. Restava como opção a movimentação de Luan, mas este foi marcado sempre por mais de um jogador. André, assim, viu-se isolado entre os vigorosos Moledo e Cuesta e nada fez.
O jogo, assim, foi pobre em conclusões. A primeira foi do Inter, aos nove minutos. Um cabeceio errado de Edenilson em cruzamento de Pottker. O Grêmio respondeu aos 11 minutos. Cortez venceu Zeca, cruzou e, depois de um afastamento parcial da defesa, Luan bateu muito alto. Houve nova tentativa na sequência, desta vez em cabeceio de Geromel, que desviou em Dourado e foi a escanteio. De parte do Grêmio, ainda haveria tentativas erradas de Ramiro, André e Alisson. O Inter levou perigo aos 28 minutos. Depois de erro de Léo Moura, Patrick avançou área adentro a dribles, mas Geromel evitou o chute ao mandar a escanteio.
O excesso de faltas também truncou o jogo. A primeira, de Zeca em Alisson, foi registrada antes dos 30 segundos. O nervosismo prolongou-se por todo o tempo. O clima esquentou em definitivo na saída de campo, com troca de empurrões entre Cuesta e Ramiro, punidos com cartões amarelos na volta do intervalo. Rossi, que estava na reserva e também envolveu-se na confusão, foi o terceiro punido.
Dono da casa e contra um time desfalcado, o Inter sabia que era dele a obrigação de vencer para retomar a liderança que o São Paulo havia recuperado na véspera. A pressão cresceu a partir da maior movimentação de Nico López. Aos 11, o uruguaio concluiu para fora, depois de recuo de Jonatan Alvez. Mas, aos 13, Edenilson não desperdiçou. Um descuido defensivo do Grêmio permitiu que Uendel chegasse ao fundo e cruzasse na medida, para cabeceio do volante, que antecipou-se a Cortez e venceu Grohe, instalando a festa nas cadeiras do Beira-Rio.
O jogo, finalmente, tornou-se atraente. E o empate quase veio logo depois. Aos 15, em cruzamento de Alisson, a bola desviou nas costas de Uendel e ofereceu-se a André, que não conseguiu concluir. Mais clara ainda foi a oportunidade de Geromel, que, lançado por Ramiro, chutou para defesa salvadora de Marcelo Lomba.
Com Pepê no lugar do improdutivo Ramiro, o Grêmio aumentou o volume. Com maior posse de bola, empurrou o Inter para trás. Odair percebeu o risco e trocou o inoperante Jonatan Alvez por Damião. Na primeira oportunidade, o centroavante forçou Grohe a defesa difícil com seu cabeceio. Jean Pyerre, a providência seguinte de Renato, no lugar de Luan, foi um acréscimo importante. Esteve perto de marcar a 32 minutos, em chute de longa distância, defendido por Lomba.
O jogo seguiu intenso, como não havia sido na primeira etapa. No final das contas, um bom Gre-Nal, que consolida o crescimento colorado em uma competição que o Grêmio praticamente abandona.
BRASILEIRÃO, 24ª RODADA, 9/9/2018
INTER
Marcelo Lomba; Zeca, Moledo, Cuesta e Uendel (Fabiano, 32'/2º); Rodrigo Dourado, Edenilson, Patrick, Nico López (D'Alessandro, 41'/2º) e Pottker; Jonatan Alvez (Damião, 20'/2º).
Técnico: Odair Hellmann.
GRÊMIO
Marcelo Grohe; Léo Moura, Geromel, Bressan e Bruno Cortez; Cícero e Thaciano (Pepê, 19'/2º); Ramiro, Luan (Jean Pyerre, 28'/2º) e Alisson; André (Thonny Anderson, 38'/2º).
Técnico: Renato Portaluppi.
Gol: Edenilson (I), a 13 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Nico López, Cuesta, Rossi (I), Luan, Thaciano, Ramiro, André, Marcelo Grohe (G).
Arbitragem: Pericles Bassols Cortez, auxiliado por Clovis Amaral da Silva e Bruno Cesar Chaves Vieira (trio pernambucano).
Público: 44.176 (40.348 pagantes).
Renda: R$ 1.375.621,00.
Local: Estádio Beira-Rio.
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15/9/2018, Sábado, 16h
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