O meio-campista Cícero ficou marcado na história do Grêmio. Apesar de ter permanecido por apenas um ano e três meses no clube e ficado boa parte dos jogos no banco de reservas, marcou o gol da vitória por 1 a 0 sobre o Lanús no primeiro jogo da final da Libertadores de 2017. Além disso, ainda conquistou a Recopa Sul-Americana e o Gauchão no ano seguinte.
No final de 2018, porém, não renovou o contrato com o Tricolor. Acertou-se no início de 2018 com o Botafogo, clube em que permanece até hoje. De acordo com a cúpula gremista à época, o jogador pediu um aumento salarial para permanecer em Porto Alegre, que foi recusado. Uma contraproposta foi feita, mas não houve resposta do representante do atleta. Assim, os dirigentes desistiram da renovação.
Em entrevista a GaúchaZH, Cícero explica que não foi uma decisão dele deixar o Grêmio, e que ainda gostaria de voltar ao clube. Contudo, o jogador, hoje com 35 anos, ressalta que foi uma decisão familiar.
— O Grêmio é uma equipe que sou grato. Se um dia tiver oportunidade de voltar, lógico que não depende só de mim, do clube, mas eu voltaria. A minha saída não foi porque eu quis. Foi questão que a gente acaba vendo o que é melhor para a nossa vida, temos família e precisamos pensar no que é melhor para eles também, porque a nossa carreira é curta, então temos de ter sabedoria para tomar as decisões — afirmou o meio-campista.
A crise provocava pela pandemia do coronavírus pode, inclusive, afetar a permanência de Cícero no Botafogo. O ex-presidente do clube carioca Carlos Augusto Montenegro chegou a dizer que não há como pagar os vencimentos do atleta.
— Cícero é um bom jogador, foi muito útil, é vitorioso. O problema foi fazer contrato longo demais e ser caríssimo. Se não tivesse esse salário dele de Grêmio campeão da Libertadores, de São Paulo... É um salário que o Botafogo não pode pagar. O problema dele é puramente de salário. Senão, estaria incorporado até o fim do ano — disse em entrevista ao jornalista Thiago Franklin, que tem um canal no YouTube com notícias do Botafogo.
O jogador testou negativo para covid-19 e se reapresentou normalmente com o elenco do clube carioca. Quanto ao carinho pelo Grêmio, garantiu que a passagem pelo Rio Grande do Sul e os títulos conquistados com a camisa tricolor ficarão guardados para sempre em sua memória:
— Estou focado na minha carreira, em outro clube, mas pode ter certeza que o Grêmio sempre vai ficar marcado no meu coração com muito carinho, porque foi uma equipe que me abriu as portas. Pude retribuir com títulos, e tendo importância, podendo participar diretamente com gols. Inclusive, até hoje em aeroportos, no dia a dia aqui no Rio de Janeiro, sempre que encontro algum gaúcho me agradece pelo gol da final. Essas coisas não tem preço, porque isso você conquista com muito trabalho e determinação.