O zagueiro do Grêmio Walter Kannemann não esconde a vontade de voltar a jogar futebol. O jogador concedeu entrevista na noite desta terça-feira (19) à rádio argentina Rivadavia falando sobre a rotina de treinos adaptados no Tricolor e a situação da pandemia do coronavírus em Porto Alegre.
— Tenho vontade de voltar a jogar, mas tenho mais vontade que tudo volte à normalidade. Ligar a televisão e que o assunto seja outro que não o vírus — comentou Kannemann, que diz não ter medo da doença, apenas "muito respeito".
O Grêmio completou duas semanas de treinamentos com uma série de restrições. O zagueiro argentino conta que lava seu próprio uniforme e que já fez testes para covid-19 em duas oportunidades dentro do clube.
— Não abraçar nas comemorações e sentar separados nos bancos de reservas não me parece ruim, é uma maneira de baixar a probabilidade de contágio — opinou o argentino, repetindo que espera o retorno dos jogos, mas lembrando que ainda não se tem uma data marcada para a bola voltar rolar.
A Argentina controlou o vírus com adesão da população ao lockdown completo. O país tem 8.809 casos e 393 mortes confirmadas por covid-19, segundo o relatório noturno de 19 de maio do governo federal. Frente ao espanto dos entrevistadores sobre a situação brasileira (mais de 17 mil mortos e 270 mil infectados), Kannemann explicou que o Rio Grande do Sul, e especificamente Porto Alegre, não estão na mesma situação que outras regiões.
— Aqui na cidade há uma obrigação moral para sair o mínimo possível e só para o indispensável. Hoje, sem máscara, não entras em nenhum lugar — relatou, revelando como fez para manter-se em forma nos dois meses sem treinos:
— Da melhor maneira que posso, comprei uma bicicleta fixa e alguns equipamentos para treinar. Aqui, se pode sair para correr em algum lugar, desde que não tenha aglomerações.
Questionado sobre uma eventual transferência para o futebol argentino, Kannemann desconversou, dizendo que é feliz no Grêmio, mas que entende os rumores constantes. Não escondeu, entretanto, a vontade de voltar um dia ao San Lorenzo, clube de Buenos Aires que o formou:
— Gostaria que, quando voltasse, fosse para o San Lorenzo, mas isto é dinâmico. Se tiver que ser outro time, será outro. Mas claro que gostaria que fosse para o clube (San Lorenzo) pelo carinho que tenho.