Nas últimas duas semanas, GaúchaZH consultou comentaristas para eleger o melhor time do Grêmio de todos os tempos. O título ficou com o Grêmio de 1983, que superou na decisão a equipe treinada por Felipão no bicampeonato da América, em 1995.
— Com todo o respeito aos demais, mas na minha opinião, o time do Mundial é o que mais se assemelha à perfeição que uma equipe deve ter. Pois tinha qualidade técnica, força física, aliava juventude e experiência. Não por ser o título mais importante da história do clube, mas juntou muitas capacidades necessárias para se ter um bom time — comenta o zagueiro Baidek, que fazia dupla ao lado de Hugo De León.
No começo da competição , foram selecionadas oito equipes que entraram para a história do clube, seja pela conquista de grandes títulos ou pela representatividade em sua época. Elas foram confrontadas em uma espécie de torneio, com chaveamento de quartas de final e semifinal, até chegar à grande decisão.
Nas quartas de final, formações históricas foram eliminadas, como o Tricolor da década de 1950 comandado por Oswaldo Rolla, o time campeão gaúcho de 1977 com Telê Santana, o campeão brasileiro de 1981 com Ênio Andrade e os vencedores da Copa do Brasil de 2016.
Na semifinal, as escolhas foram ainda mais difíceis, deixando para trás os comandados de Tite de 2001 e aqueles que foram tricampeões da Libertadores pelas mãos de Renato Portaluppi.
Desta forma, chegaram à grande final dois verdadeiros esquadrões. De um lado, o Grêmio de 1983, treinado por Valdir Espinosa, que desbravou a América de forma pioneira para, em seguida, conquistar o inédito título do Mundial de Clubes. Do outro lado, os guerreiros de Luiz Felipe Scolari que enfileiraram títulos na década de 1990, ficando marcados pelo bicampeonato continental de 1995.
Participaram desta última etapa do SuperDupla, os colunistas de GaúchaZH Pedro Ernesto Denardin e Diogo Olivier, e o comentarista da SporTV, Lédio Carmona.
Final
Grêmio de 1983 3x0 Grêmio de 1995
Pedro Ernesto Denardin
O time de 1983. Grêmio tinha Renato, Tita, De León, Osvaldo e ainda Valdir Espinosa como técnico.
Diogo Olivier
O Grêmio de 1983 exibe algumas lendas, como a liderança mítica de Hugo de León, e Renato, claro. Era um time mais vocacionado ao ataque e mais criativo do que o também ótimo de 1995. Contra o Peñarol, por exemplo, havia Tita e Osvaldo (meias clássicos) e um trio na frente: Renato, Caio e Tarciso. Paulo Roberto foi o melhor lateral-direito da história do Grêmio, incansável para marcar e atacar. Era um time extremamente técnico, mas que sabia rilhar os dentes, ao comando de Hugo de León, quando precisava. A ideia de jogo do Grêmio de 1983 era mais corajosa.
Lédio Carmona
Tecnicamente, o time de 1983 era muito superior. O de 1995 era um time coletivo, bem treinado, muito guerreiro e que valorizava demais a camisa do Grêmio. Mas, em termos técnicos, o time de 1983 era muito bom. Tinha mais craques.