Em tempos de paralisação do futebol por conta da pandemia de coronavírus, a torcida do Grêmio está carente de ir ao estádio, lotar as arquibancadas e de se emocionar com partidas decisivas. Por isso, há tempo de sobra para relembrar os feitos do passado enquanto a bola não rola novamente.
Com este objetivo, a primeira fase do projeto SuperDupla elegerá os melhores times do passado — a segunda etapa terá um ranking com a corrida dos atletas para ver quem será o melhor jogador do Grêmio na temporada. Na largada, oito equipes históricas são colocadas frente a frente em um cruzamento, como se fosse um torneio.
Quem passa para as semifinais? Foram ouvidos os comentaristas do Grupo RBS Maurício Saraiva e Leonardo Oliveira, e Sérgio Xavier Filho, do SporTV. Confira:
Quartas de final
Grêmio de 1983 3x0 Grêmio de 2016
Maurício Saraiva
O time de 1983, campeão do mundo, tem De León, Paulo César Caju, Mário Sérgio e Renato. Não tem como bater esse time.
Leonardo Oliveira
O time de 1983 tinha o Renato no esplendor. O Paulo Roberto, que apesar de jovem, tinha sido campeão brasileiro. Tinha uma grande referência moral e técnica que era o De León. O Tita, que veio do Flamengo para ser o camisa 10 e teve a grande chance de ser protagonista. O Tarciso na flor da idade. O que faltava para aquele time era um goleiro, pois começa a Libertadores com o Remi, mas depois chegou o Mazaropi. Então, foi um time muito bem arquitetado.
Sérgio Xavier Filho
O time de 1983 vai ganhar muito por causa do Renato. Tem também o Hugo de León, muito vencedor, na zaga. É um jogo duro porque o time de 2016, com Maicon, ia querer ficar com a bola, mas quando perdesse a bola teria (de enfrentar) o Renato, a experiência do Tarciso e o Mário Sérgio. Daria o time de 1983.
Grêmio de 1981 0x3 Grêmio de 2001
Maurício Saraiva
O time de 2001 jogava mais bonito, ganhava fora de casa normalmente, sem alterar a maneira de jogar fora do Olímpico. Conseguiu juntar beleza plástica e resultado, tanto que é campeão em cima do Corinthians, no Morumbi. O time do Baltazar também ganhou lá, mas o de 2001 reverte uma situação adversa em casa e mete um chocolate histórico no Corinthians do Luxemburgo.
Leonardo Oliveira
O time do Tite foi uma engrenagem quase perfeita. Aqueles jogadores se acoplavam de tal forma que era obrigatório que jogassem com três zagueiros. O ponto de equilíbrio daquele time era o Tinga, que havia sido transformado em volante pelo Joel Santana, no Botafogo. E ainda tinha o Zinho como motorzinho.
Sérgio Xavier Filho
Ah, ganharia o time do Tite. É um time que durou pouquíssimo tempo, mas é um dos melhores conjuntos que apareceram. Aquele 3-5-2 tinha tudo. Era muito competente aquele time. E o time de 1981 foi chegando aos trancos. Tinha lá seus problemas, tanto que chega na semifinal perdendo para a Ponte Preta no Olímpico. Daria Tite.
Grêmio de 1995 2x1 Grêmio de 1977
Maurício Saraiva
O time de 1995 tinha mais qualidade, força física e teve maior dificuldade no título que alcançou. O time do Telê Santana encerrou uma série histórica do Inter no Gauchão, mas nacionalmente não obteve sucesso.
Leonardo Oliveira
O time de 1977 foi montado a dedo. Eles foram garimpando jogadores no mercado. Trouxeram o Oberdã, um zagueiro para impor respeito. O Eurico, já veterano, lateral do Palmeiras. E aí tem o Éder, muito jovem, explosivo, quase indisciplinado, mas que jogava um absurdo. O André Catimba, um centroavante malandro, que não levava desaforo de zagueiro. E tinha o Iúra, que era a representação de todo o sofrimento do Grêmio nos anos 1970. Então, foi se compondo um time com temperamento, questões técnicas, muito forte mentalmente e que sabia jogar.
Sérgio Xavier Filho
Não vou dizer que seria fácil, mas ganha com alguma folga o time de 1995. Aquele Grêmio do Telê Santana era um time que crescia muito em Gre-Nal. Era puro coração. O time do Felipão já era um time que jogava por música. Era um vanerão, não era jazz nem ópera, mas jogava por música. Os jogadores sabiam exatamente o que fazer. Dinho e Goiano fazendo o para-brisa na frente da zaga, distribuíam a bola, tinha o Carlos Miguel como um maestro e o Jardel, o maior centroavante que apareceu. Nessa vai dar o Grêmio de 1995.
Grêmio de 2017 2x1 Grêmio do Foguinho
Maurício Saraiva
Eu vou votar por exclusão. Não vi o time do Foguinho, então fica prejudicada a comparação, mas o de 2017 foi campeão da Libertadores dentro da Argentina, jogando uma barbaridade e poderia ter feito 4 a 1 no Lanús.
Leonardo Oliveira
Ganharia o time do Foguinho. Em uma época em que o Gauchão era a Copa do Mundo, esse time ganhou 12 em 13 campeonatos. Ir a Pelotas era uma aventura, era como hoje pegar um avião e ir a Belém. Eram viagens complicadas. Aquele time tinha força física, imposição e qualidade técnica. Tinha Babá, Joãozinho e Gessy, que muita gente fala que era craque. E na zaga ainda tinha o Aírton Pavilhão, que o Pelé levou para jogar no Santos.
Sérgio Xavier Filho
Essa é a mais difícil, mas vou de 2017 quase que confessando minha incompetência para analisar o time do Foguinho. Não tem imagem, é muito por escrito. E o time de 2017 é muito bom. Era dominante, melhor que o de 2016. Era uma maluquice o controle de bola. Geromel e Kannemann muito azeitados. Aí, não tem como.