Há exatos 24 anos, o Grêmio conquistava, no Japão, o inédito título da Recopa Sul-Americana, em 7 de abril de 1996. O adversário foi o mesmo da segunda conquista, em 2018: o Independiente-ARG. A partida única foi realizada no Kobe Universiade Memorial Stadium, em Kobe, distante cerca de 500 quilômetros da capital Tóquio.
No placar, uma goleada por 4 a 1, com gols de Jardel, Carlos Miguel, Adilson Batista e Paulo Nunes para o Grêmio, e Burruchaga para o Independiente. Quem vivenciou aquela partida recorda que o adversário era um dos clubes mais temidos do continente à época, especialmente pelos sete títulos da Libertadores que já havia conquistado. Apesar de um início complicado, o jogo foi completamente dominado pela equipe gaúcha.
— Foi um jogo duro no início, mas depois se transformou em uma partida mais tranquila. Mas é sempre complicado enfrentar um time com a tradição do Independiente, que tinha bons jogadores como o próprio Burruchaga, que fez o gol deles, e o goleiro Mondragón — conta Adilson.
Essa partida, inclusive, marcou o retorno do Grêmio ao Japão depois de ter perdido para o Ajax a disputa do Mundial no final do ano anterior. Até mesmo por isso, o ex-atacante Paulo Nunes lembra que a equipe chegou àquele jogo com a obrigação de vencer.
— Me recordo muito bem porque era a volta do nosso time depois ter perdido o Mundial em 1995. Mas a nossa equipe era muito forte e estávamos muito confiantes e doidos para conquistar esse título tão importante, ainda mais porque tínhamos perdido no ano anterior. Então, era praticamente um dever nosso. Lembro muito bem da nossa preleção, da confiança, da motivação que o Felipão passou para a gente — diz o ex-jogador, hoje comentarista dos canais SporTV.
Paulo Nunes marcou o último dos quatro gols do Grêmio no jogo. E, segundo ele, o título conquistado em solo japonês foi um dos mais importantes da sua carreira:
— O gol foi importantíssimo. Ali decretou realmente a nossa vitória. Eu estava buscando muito aquele gol. Realmente foi uma das coisas mais marcantes e um dos títulos mais importantes da minha carreira, porque era uma Recopa Sul-Americana inédita para o clube e foi um momento muito bom para a gente.
Depois da conquista, celebrada com muito churrasco, o Grêmio viajou para a China, onde foi derrotado por 3 a 2 para o Beijing Guoan, em amistoso no Estádio dos Trabalhadores, em Pequim. A partida, no entanto, ficou marcada por reclamações do lado gremista.
— O time chinês teve uma falta a uns três metros da área e o juiz marcou pênalti. Um absurdo. Teve invasão do Cacalo, do Felipão, do César Pacheco, de vários dirigentes da época. Naquele dia, roubaram do Grêmio — recorda Pedro Ernesto Denardin, narrador da Rádio Gaúcha, que estava no estádio para transmitir a partida.
Ainda assim, a viagem deixou boas recordações. Adilson Batista garante que o momento é lembrado com carinho por ele e pelo restante dos atletas que integraram aquele time gremista:
— Fomos ver a Muralha da China, foi uma viagem bem legal. O Rivarola ainda foi expulso naquele jogo (risos). Foi divertido, porque o grupo era muito unido, fácil de lidar, e a gente voltou com o título da Recopa, então foi muito bom.