O bicampeonato da América do Grêmio chega a um quarto de século e GaúchaZH relembra a campanha da equipe comandada por Luiz Felipe Scolari naquela Libertadores. No dia 7 de abril de 1995, há exatos 25 anos, o Tricolor encerrava sua participação na fase de grupos com vitória de 2 a 0 sobre o El Nacional-EQU, no Olímpico, com gols de Jaques e Magno.
Já classificado para as oitavas de final, o Grêmio entrou em campo para enfrentar o El Nacional com um time misto. Após um primeiro tempo sem gols, Jaques, que havia entrado no lugar de Alexandre Gaúcho no intervalo, abriu o placar. Magno completou a vitória. Então com 19 anos, Jaques recorda com carinho daquele momento inesperado vivido no começo da carreira.
— Fiz o gol que fui comemorar ajoelhado no símbolo do Grêmio que tinha ali no Olímpico. Demorei e lembro até dos mais experientes, como o Adílson e o Dinho, me chamando para recomeçar o jogo. Os caras depois até brincavam com isso. Mas isso descreve bem o que representou aquele momento para mim. Era um jogador da base entrando em uma partida de Libertadores e fazendo um gol. Foi um sonho que eu nem esperava realizar tão cedo na minha vida — recorda.
O Grêmio terminou aquela primeira fase em segundo lugar no Grupo D, a dois pontos do líder Palmeiras, adversário que o Tricolor eliminou posteriormente nas quartas de final com direito a uma goleada de 5 a 0 no Olímpico. Ao lembrar daquele grupo campeão, Jaques ressalta a força mental dos companheiros como algo que o marcou na sequência da carreira.
— A questão mental daquele grupo era muito forte. Esses caras não aceitavam perder para ninguém. O Felipão tinha aquele jeito paizão dele. Quando eu fui entrar nesse jogo (contra o El Nacional), ele falou: "Faz o que tu tens treinado". Ele dava confiança — aponta.
Gol "dado" a Jardel
Uma curiosidade sobre o gol marcado por Jaques contra o El Nacional foi um erro que ocorreu na ficha daquela partida. Mesmo 25 anos depois, alguns sites de estatísticas ainda apontam que o gol que abriu o placar foi marcado por Jardel, que, poupado, sequer esteve em campo naquela noite de 7 de abril.
— Não sei se houve um erro na súmula do árbitro (o paraguaio Epifanio González). Se fosse para ajudar o Jardel a ser artilheiro, até cederia meu gol. Como não precisou, deixa para mim — relembra Jaques em tom de brincadeira.
Jardel não precisou do gol de Jaques para ser o artilheiro daquela Libertadores. Com 11 gols, ele teve grande vantagem sobre os segundos colocados, o argentino Alberto Acosta, o colombiano Aristizábal, o paraguaio Báez e o peruano Roberto Palacios, todos com sete gols.
Não há uma explicação oficial sobre se de fato houve erro na súmula do árbitro Epifanio González. Oficialmente, a Conmebol reconhece que o gol foi de Jaques e aponta Jardel como artilheiro daquela Libertadores com 11 gols. No entanto, Jardel aparece com 12 gols em muitos sites que trabalham com estatísticas.