Não faz tanto tempo. No dia 1º de junho, Bahia e Grêmio se enfrentaram pela sétima rodada do Brasileirão, com vitória dos baianos por 1 a 0. Mesmo assim, tendo passado pouco mais de um mês, as duas equipes se reencontram pelo jogo de ida das quartas de final da Copa do Brasil com escalações e situações bem diferentes.
No Grêmio, por exemplo, dois atletas que atuaram no Estádio de Pituaçu, em Salvador, sequer estarão à disposição para esta quarta-feira (10), na Arena. O argentino Montoya rescindiu seu contrato para acertar com o Racing, enquanto o volante Michel passou por artroscopia no joelho esquerdo e ficará fora dos gramados por tempo indeterminado. Só aí, já são duas mudanças obrigatórias. Se bem que, para o Tricolor, quanto mais trocas, melhor. Isso porque, no duelo pelo Brasileirão, o técnico Renato Portaluppi teve que montar um quebra-cabeças por conta de tantos desfalques.
Ao todo, seis titulares estiveram de fora daquele confronto. Kannemann, Cortez e Luan, que estavam entregues ao departamento. Maicon foi preservado, Matheus Henrique disputava o Torneio de Toulon com a seleção sub-23 e Everton treinava com a Seleção Brasileira para a Copa América. Deles, apenas Cebolinha é dúvida, já que será avaliado para saber o grau de seu desgaste físico. Caso não tenha condições, Pepê continua na equipe.
A principal mudança, no entanto, está no comando do ataque. Felipe Vizeu e André, que se revezavam como titulares antes da parada, perdem espaço. Diego Tardelli, que até ingressou no segundo tempo daquela partida, aberto pelo lado do campo, vira titular — mas não como centroavante. Pelos treinos realizados, o experiente atacante deve se posicionar pelo meio, intercalando o posicionamento com Luan, que por sua vez volta a executar a função de falso 9, que desempenhou em 2016.
Confira a comparação de como o Grêmio jogou e como jogará:
Do lado baiano, o autor do gol da vitória, Fernandão, deve voltar ao banco de reservas. Isso porque o titular Gilberto só não enfrentou o Grêmio por desgaste muscular. Agora, ele está 100%. Em geral, são menos mudanças, porém, mais profundas. Há mudança tática, por exemplo. Com a saída de Douglas Augusto (vendio ao PAOK, da Grécia, por 3 milhões de euros), o técnico Roger Machado será obrigado a desmanchar o tripé de meio-campo que vinha dando resultado.
— O Bahia jogava no 4-2-3-1 com Enderson Moreira. Roger é que passou a escalá-lo com três volantes para jogos fora de casa ou contra equipes mais fortes. Agora, Ramires volta a ser titular. É um garoto da base, que foi muito bem na reta final do ano passado, ganhando inclusive a camisa 10. Mas, este ano, não conseguiu render a mesma coisa. Com ele, Bahia fica mais ofensivo, mais leve e veloz — atesta Pedro Sento Sé, comentarista da Rádio Sociedade, de Salvador.
Não bastando a mudança tática, Roger pode se ver obrigado a mexer no posicionamento dos zagueiros. Isso porque Ernando, ex-Inter, teve diagnosticada uma hérnia de disco. Seu substituto imediato seria outro ex-colorado, Jackson. Porém, Juninho, que foi buscado junto ao Palmeiras, poderá fazer sua estreia.
— O Jackson sofreu uma fratura no rosto, ficou um tempão afastado e, quando voltou, estava totalmente sem ritmo. É uma temeridade colocar ele. Por coerência, Roger deve colocar Jackson. Se apostar em Juninho, que é canhoto, terá de conversar com o Lucas Fonseca que, apesar de ser destro, joga pelo lado esquerdo da zaga — explica o jornalista baiano.
Além de Juninho, o Bahia contratou por empréstimo o atacante Lucca, junto ao Corinthians, e o meia venezuelano Alejandro Guerra, do Palmeiras. Porém, assim como o zagueiro David Braz, buscado pelo Grêmio nesta janela de transferências, devem ficar apenas no banco de reservas.