A partir do próximo ano, a empresa Karagounis espera retomar os trabalhos para limpar a área ocupada pelo Estádio Olímpico, em Porto Alegre. Segundo o colunista de GaúchaZH, Jocimar Farina, o projeto agora é demolir a construção, e não mais implodi-la, por conta do risco de gerar impactos ambientais na região. Entretanto, a situação ainda depende de uma série de pendências, como a conclusão das obras do entorno da Arena.
Desde que o Grêmio inaugurou sua nova casa, em 2012, o antigo estádio se envolveu em inúmeros problemas que impediram seu desaparecimento por completo. As chaves seguem sob domínio do clube, sem que o ambiente viva o futebol há pelo menos cinco anos. Enquanto isso, o local se deteriora diante dos olhos da população.
O último Gre-Nal
O clima foi de comoção no dia 2 de dezembro de 2012. Todas as pessoas que foram assistir à partida válida pela última rodada do Brasileirão, sentaram na arquibancada com a certeza de que seria a despedida do Estádio Olímpico — afinal de contas, dias depois, seria inaugurada a moderna Arena. Dentro de campo, cinco expulsões, muita tensão e nenhum gol. De fato, foi o último clássico Gre-Nal da história do estádio, que voltaria a receber jogos no ano seguinte.
Retorno para o Gauchão
Mesmo com a Arena inaugurada no final de 2012, o Olímpico voltou a receber jogos no início de 2013, já que o gramado do novo estádio não agradava ao então técnico gremista Vanderlei Luxemburgo. Ao todo, foram quatro partidas oficiais pelo Gauchão — sendo a derradeira, uma vitória sobre o Veranópolis. O único gol daquela tarde de 17 de fevereiro foi anotado pelo zagueiro Werley.
Início da demolição
Em outubro de 2013, máquinas começaram a trabalhar na demolição de algumas estruturas do estádio. Para quem passava ao lado, pelas avenidas Carlos Barbosa e Cascatinha, era possível ver o local em escombros.
Ideia de compra da Arena
Desde que reassumiu a presidência do Grêmio, Fábio Koff foi claro na relação com a OAS, chegando a declarar que a Arena não pertencia ao clube. A partir do entrave nas negociações com a construtora, começou a surgir a ideia de comprar o novo estádio, até para que o clube pudesse assumir sua gestão e lucrar com bilheterias e afins.
Olímpico cedido para treinos da Copa do Mundo
Com o atraso nas obras de construção de seu novo Centro de Treinamentos, o Grêmio cedeu o Estádio Olímpico ao Comitê Organizador Local (COL) para receber treinos de seleções que viessem jogar em Porto Alegre durante a Copa do Mundo de 2014. Entretanto, o fato nunca se consumou. Por falta de licença, a antiga casa gremista, que já passava por desmonte, não foi aceita pela Fifa.
Gramado posto à venda
Sem mais ser utilizado, o gramado do Estádio Olímpico começou a ser retirado em meados de agosto de 2014. O objetivo do Grêmio foi separar quadrados de 10cm² para vendê-los a colecionadores, pelo valor de R$ 209,90.
Retirada das cadeiras
Em meados de 2014, as cadeiras do Estádio Olímpico começaram a ser retiradas. Parte delas, inclusive, foi doada para serem instaladas na concha acústica ao lado do Multipalco do Theatro São Pedro, no Centro Histórico. Outras foram repassadas ao Riograndense, de Santa Maria.
Retirada dos refletores
Como o estádio já não sediava jogos desde 2013, o clube passou a retirar os refletores a partir de setembro de 2013. A ideia inicial era que eles fossem instalados no CT Hélio Dourado, das categorias de base, em Eldorado do Sul, e no recém-inaugurado CT Luiz Carvalho, próximo da Arena.
Troca de academia
No final de 2014, antes do final do Brasileirão, o Grêmio começou a retirada dos equipamentos da academia do Estádio Olímpico para transferi-los ao CT Luiz Carvalho.
Treinos no gramado principal e suplementar
A partir de fevereiro de 2013, todos os jogos do Grêmio como mandante eram sediados no bairro Humaitá. Contudo, o CT Luiz Carvalho só seria inaugurado em setembro de 2014. Por isso, até lá, a equipe principal seguia mandando seus treinos no campo suplementar ou no gramado principal do Estádio Olímpico. Até que, no dia 4 de dezembro, sob o comando de Felipão, o Tricolor realizou o último treino no local. Chegou a se anunciar uma data para a despedida oficial, mas diante da mobilização dos torcedores e, por falta de segurança que o local já apresentava, o trabalho foi transferido para a Arena.
Desmanche do campo suplementar
No início de 2015, o Grêmio se desfez do gramado do campo suplementar do Estádio Olímpico. Doados à prefeitura de Porto Alegre, os rolos de grama foram replantados no Parque Marinha do Brasil.
Abandono e invasões
Sem a presença diária de profissionais do clube, o Estádio Olímpico passou a ser alvo de invasões de pessoas em situação de rua, que buscam no lugar um abrigo para passar a noite, ou de usuários de drogas. A situação causou preocupação na vizinhança, que passou a fazer denúncias à Brigada Militar.