A sentença proferida pela juíza Kétlin Carla Pasa, da 12ª Vara Cível central de Porto Alegre, causou revolta no Grêmio. Por ela, o clube fica obrigado a pagar mais de R$ 11 milhões ao Diadema-SP, que cobra na Justiça o direito a 30% do valor recebido pela venda de Pedro Rocha, em agosto de 2017.
— É uma aberração jurídica, um absurdo — declarou o diretor jurídico do Grêmio, Nestor Hein.
O Spartak Moscou, da Rússia, pagou 11 milhões de euros (cerca de R$ 45 milhões, pela cotação da época) pelo atacante, que hoje defende o Cruzeiro. O Grêmio alega que, no contrato do jogador, havia uma cláusula que colocava o dia 31 de dezembro de 2015 como prazo final para que os paulistas recebessem esta quantia. Como a transação foi concluída dois anos depois, o clube gaúcho contesta a decisão judicial.
— A cláusula foi sugerida pelo Diadema. Vendemos o jogador e não pagamos nada ao Diadema porque nada devíamos. Foi consultado o jurídico. Aí sobrevém uma ação, onde a cláusula é a favor do Grêmio. Os advogados do Diadema obtiveram uma liminar para fazer uma constrição nas contas do Grêmio. Nós tentamos provar essa questão e nos foi negada a perícia. Não conseguimos colocar isso nos autos do processo, mas fizemos uma prova robusta de que a vontade do Diadema era essa — explica Hein.
No início do ano passado, a reclamatória do Diadema fez com que o Grêmio ainda tivesse penhorado um terreno anexo ao CT Hélio Dourado, em Eldorado do Sul, avaliado em R$ 26 milhões. Como a decisão proferida nesta segunda-feira (29) foi em primeira instância, o diretor gremista afirma que o clube irá recorrer da decisão junto ao Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul.
— Vendo como o processo estava sendo encarado pelo juiz, eu disse que daria problema. Não deu outra. Veio a sentença, que eu considero absurda, com nenhuma base legal e que causa uma insegurança jurídica tremenda. Estamos revoltados — conclui ele.