Durante muitos anos, o Campeonato Gaúcho teve uma importância muito grande para os clubes aqui do Sul, especialmente para a dupla Gre-Nal. Havia também equipes do Interior e outras representativas e tradicionais da própria Capital, como São José, Cruzeiro, Renner, Nacional e Força e Luz. Vencer o Gauchão era um grande feito esportivo.
Mas Grêmio e Inter foram crescendo e se distanciando dos demais clubes. Houve uma época em que um famoso técnico do interior do Estado, quando perdia para a Dupla, bradava que o Campeonato Gaúcho era tudo o que Grêmio e Inter podiam alcançar. Porém, os tempos foram mudando. Começou com o Robertão, espécie de embrião do Campeonato Brasileiro, quando a Dupla iniciou a fazer boas campanhas. E as vitórias foram se acumulando.
Em consequência, os Estaduais foram perdendo sua força. Ademais, as competições começaram a se desenvolver em datas paralelas, quando os grandes clubes preservam seus jogadores principais para serem escalados naquelas disputas que consideram as mais importantes.
Mudança radical
Esse desprezo atingiu, inclusive, o Campeonato Brasileiro, em face da Libertadores. Atribuo às terríveis falhas de organização das competições. Que valor pode ter uma competição em que alguns clubes jogam com reservas?
A desvalorização é iminente. Algo tem de ser feito. Mudança radical no conteúdo e na forma é o que se impõe. É preciso pautar de um jeito mais adequado as datas das competições. Ainda assim, para um clube profissional, sempre é melhor vencer do que perder qualquer campeonato.