Enfim, Renato Portaluppi tem uma estátua para chamar de sua. O ídolo do Grêmio — considerado por grande parte dos torcedores o maior de todos — se emocionou com as homenagens recebidas no evento de inauguração do monumento em sua homenagem, no início da noite desta segunda-feira (25), na esplanada da Arena, no evento que revelou ao mundo a reprodução de quatro metros do então camisa 7 gremista comemorando seu gol em Tóquio, no ano de 1983.
Cerca de 8,5 mil gremistas compareceram na cerimônia que tinha como ingresso um quilo de alimento. O cerimonialista foi Luiz Fernando Muñoz, e o evento contou com discursos de Carlos Biedermann, presidente do Conselho Deliberativo gremista, Theo Felizzola, representante dos artistas responsáveis pela estátua, Covatti Filho, representante do Governo do Estado, Nelson Marchezan, prefeito de Porto Alegre, e Romildo Bolzan, presidente do clube.
— Eu quero não chorar. O nosso clube vive hoje, sem sombra de dúvidas, um dos maiores momentos de sua história. E quando se eterniza um símbolo, uma estátua, nós podemos reconhecer neste símbolo muitos valores esportivos. Quando fazemos uma homenagem desta natureza, reconhecemos o homem Renato. Eu aprendi a te reconhecer como um grande homem, como um grande cidadão, como um grande pai, um grande filho. Um homem generoso e justo. Este é o Renato que estamos homenageando. Grêmio e Renato, sem sombra de dúvidas, são um só. Tu és, neste momento, o único eternizado. E, justamente, o único. O Renato fez o Grêmio do tamanho do tamanho que o Grêmio é — disse Bolzan.
Após o discurso do presidente, uma breve biografia de Renato foi contada pelo cerimonialista e imagens de quando ele era jogador apareceram no telão. Além disso, o momento em que o treinador pediu a estátua em uma entrevista coletiva foi reproduzido. Logo depois, foi a vez do homenageado falar no microfone.
— Agradeço ao presidente Romildo e a todas as personalidades aqui presentes. Mas, acima de tudo a vocês, torcedores. Eu tenho um carinho enorme por vocês. Eu nunca deixei de falar, nem mesmo em outros clubes, que eu sempre fui gremista. Sempre vou ser, e não preciso hoje, por estar sendo homenageado e eternizado aqui, falar palavras que não fossem verdadeiras. Eu tenho muito a agradecer a esse clube. Tudo o que eu tenho na vida, agradeço ao Grêmio. Sempre que coloquei a camisa do Grêmio, eu procurei honrá-la da melhor maneira possível e acredito que fui abençoado por Deus por estar na história do clube e por ter conquistado vários títulos — disse Renato, emocionado.
— Acima de tudo, me orgulho de ser gaúcho. E ter jogado e trabalhado em um clube como esse, um dos melhores do mundo. Queria muito que meus pais estivessem aqui hoje, para sentirem orgulho do filho que colocaram no mundo. É uma homenagem inesquecível. Estou sendo eternizado em um dos maiores clubes do mundo. Obrigado a todos.
Então, após o discurso do astro da noite, finalmente, o pano preto que cobria a estátua foi retirado e o monumento foi apresentado a todos.
Com mais de quatro metros de altura, e com um pedestal em sua base, a reprodução de Renato foi confeccionada pelo escultor bielorruso Iouri Petrov e eterniza o momento em que o técnico, então com 21 anos, comemora o segundo gol marcado contra o Hamburgo, na final do Mundial de Clubes de 1983.