O clima no Estádio Gigante de Arroyito, do Rosario Central, é tenso às vésperas da estreia na Libertadores, na próxima quarta-feira, contra o Grêmio. O clube argentino, que demitiu o técnico Edgardo Bauza no sábado passado e anunciou Paulo Ferrari como substituto, segue em crise. Agora, as palavras do ex-treinador, que já passou pela seleção argentina e também pelo São Paulo, carregaram ainda mais o ambiente no clube.
— Os dirigentes do Central, em sua maioria, não sabem nada de futebol. Eles precisam saber para falar e escutar o técnico — disparou Bauza, também conhecido como Patón, em entrevista à Rádio 2, de Rosario.
O treinador, que na época em que era jogador foi um dos grandes zagueiros da história do Central, ajudou o clube voltar a levantar um título depois de 23 anos ao conquistar a Copa Argentina no ano passado. Também por isso, Bauza criticou a decisão da direção de afastá-lo do cargo.
— Se equivocaram e tomaram uma decisão apressada. Fomos campeões depois de tantos anos e cheguei a pensar em deixar o clube depois da Copa Argentina. Queria ficar, não tanto pela Libertadores, que é difícil, mas eu tinha a ilusão de que o Central poderia seguir crescendo como equipe — completou Bauza.
O Rosario Central, por meio do diretor esportivo Mauro Cetto, minimizou as declarações. Ainda que tenha lembrado do passado vencedor de Bauza no clube como jogador e técnico, detalhou os motivos que fizeram a direção optar pela troca no comando do time.
— Foi pelo rendimento da equipe, que não era o melhor. Não enxergamos uma melhora que nos fizesse pensar que isso iria mudar. A partir disso, tomamos a decisão. Acreditamos que era o melhor para o clube — respondeu Cetto.
Em crise, o Rosario está sem vencer há nove partidas e recém foi eliminado da Copa Argentina por um clube da terceira divisão nacional. Contra o Grêmio, na próxima quarta-feira, é possível que Paulo Ferrari escale time misto. Afinal, a prioridade é a disputa da Superliga Argentina, em que o Rosario precisa melhorar seu promédio (média das campanhas dos últimos quatro anos) para evitar o risco de rebaixamento na próxima edição.