O Grêmio encontrará um adversário em séria crise na estreia da Libertadores. Sem vencer há nove jogos, o Rosario Central deve utilizar time misto na quarta-feira (6), às 21h30min, no Gigante de Arroyito, contra a equipe de Renato. A prioridade absoluta é reagir na Superliga Argentina, campeonato no qual o clube está em 18º lugar entre 26 participantes.
Em quase nada a equipe atual lembra a liderada por Eduardo Coudet, que eliminou o Grêmio nas oitavas de final em 2016. Além disso, o ambiente de pressão no Central se agravou na noite de terça-feira. Afinal, o time foi eliminado nos pênaltis da Copa Argentina, competição da qual é o atual campeão, após empatar em 2 a 2 com o Sol de Mayo, que disputa o Torneo Federal A, o equivalente à terceira divisão.
É bem verdade que, em um ensaio do que ocorrerá contra o Grêmio, o Central preservou seus titulares. A partida marcava a estreia do técnico Paulo Ferrari, 37 anos, que foi promovido da base e assumiu o lugar que era de Edgardo Bauza, demitido no final de semana por conta dos maus resultados. No sábado (2), pela Superliga, o Central colocará força máxima em campo contra o Belgrano, de Córdoba, no Gigante de Arroyito. O jogo ganhou ares de decisão, segundo Ferrari.
— Jogaremos uma final no sábado — comentou o técnico após a eliminação para o Sol de Mayo.
Não é que o clube corra risco de rebaixamento imediato. No entanto, o Central precisa reagir para evitar que essa realidade se torne inevitável na próxima temporada. Como o descenso na Superliga Argentina é definido pelo "promédio", que significa a média de pontos por partida nas últimas quatro edições, o Central terá de somar o maior número possível nas cinco rodadas restantes para não ficar na obrigação de fazer uma campanha excepcional no ano seguinte para evitar a queda à segundona.
— A prioridade absoluta é a Superliga. O promédio do descenso é muito ruim para a próxima temporada. Tudo o que for somado é bem-vindo — comenta o repórter Aquiles Cadirola, da rádio Mitre de Rosario.
O Central dividirá atenções com o campeonato nacional até o início de abril. Neste período, três rodadas da fase de grupos da Libertadores serão disputadas. Na estreia, contra o time de Renato Portaluppi, ainda que utilize formação mista, o Rosario precisará contar com o apoio de sua torcida no Gigante de Arroyito para espantar a má fase.
— O time estava sem nenhuma ideia de futebol, Bauza não conseguia tirar mais nada dos jogadores — completa Cadirola.
Contra o Grêmio, uma baixa já confirmada no Central é o zagueiro Matías Caruzzo, 34 anos, o líder da defesa, que sofreu lesão muscular. O lateral-esquerdo chileno Alfonso Parot, 29 anos, também enfrenta problemas físicos e pode ser ausência.
É possível também que fiquem de fora da estreia na Libertadores os dois principais jogadores da equipe, o centroavante Fernando Zampedri, 31 anos, e o meia paraguaio Néstor Ortigoza, 34, que foi campeão da América pelo San Lorenzo em 2014 junto ao gremista Kannemann.