Depois de ter sido titular da seleção brasileira no Sul-Americano Sub-20, disputado no Chile, Phelipe Megiolaro está de volta a Porto Alegre. Aos poucos, começará a integrar os treinamentos da equipe principal no CT Luiz Carvalho. E, em entrevista ao programa Esporte & Cia, da Rádio Gaúcha, o goleiro mostrou, no mínimo, ter personalidade.
— Fico feliz por ter alcançado meu objetivo, que era chegar ao profissional. Não estou aqui para disputar a terceira vaga, quero jogar. Eu respeito, sei que cheguei agora. Paulo Victor e Júlio Cesar são os dois que estão ali para jogar, mas não posso me aquietar. Trabalhei com o Brenno na base, mas, pela minha competitividade, não vou aceitar o posto de quarto goleiro. Então, é uma disputa saudável. Vim para o Grêmio para fazer história — declarou o jovem, que completou 20 anos no início deste mês.
A confiança de sobra também serve para comentar o desempenho da seleção sub-20 no torneio continental. Embora o Brasil tenha ficado em penúltimo lugar no hexagonal, de fora da zona de classificação ao próximo Mundial da categoria, o goleiro avalia como positivo seu desempenho.
— Acho que todos esperavam muito mais da gente. Mas, acima de qualquer coisa, serviu como aprendizado. Fiquei muito feliz com minha participação. Faltou o algo a mais. Faz dois Sul-Americanos que o Brasil não se classifica, então foi uma responsabilidade a mais também — comenta o atleta.
Natural de Campinas, Phelipe está no Grêmio desde 2013. Trazido das categorias de base da Ponte Preta, o garoto iniciou a carreira como zagueiro. Isso, na sua opinião, é até uma vantagem em relação aos demais companheiros de posição.
— No futebol moderno, goleiro tem que saber jogar com os pés. Eu tenho um bom jogo com os pés, sou um goleiro rápido e compenso minha altura (1,84m) com velocidade e força. Também tenho como característica a saída de gol, que falta muito no futebol brasileiro — atestou ele.
Em setembro do ano passado, Megiolaro foi a surpresa em convocação de Tite, para amistosos contra a Arábia Saudita e Argentina, no Oriente Médio. Na ocasião, foi treinado ao lado de Alisson e Ederson pelo preparador e ex-goleiro da Seleção, Cláudio Taffarel.
— Taffarel é uma pessoa incrível. Fui para a Seleção principal para aprender. Teve um treino que pedi para ele me contar a história dele —revelou o arqueiro gremista.
Mas, aos poucos, é Phelipe Megiolaro quem começa a reunir suas próprias histórias para contar. Somente a participação em alguns treinamentos com o elenco profissional do Grêmio já rendeu um duelo interessante com o técnico Renato Portaluppi.
— Ele é muito "resenha". Teve um treino de finalização em que ele estava na entrada da área, rolando a bola para os atacantes bater a gol. Então, um jogador chutou, eu defendi e a bola sobrou no pé dele. Pensei: "Vou crescer para cima do homem". Ele fingiu chutar e deu uma cavadinha por cima. Depois, ele chegou para mim e falou: "Garoto, você é bom, mas eu sou craque" — contou o jovem em meio às gargalhadas.