Pela segunda vez em nove meses, Alisson vê interrompido seu projeto de obter uma sequência de partidas como titular do Grêmio. A lesão no joelho direito, ocorrida na partida contra o Novo Hamburgo, domingo (20), no Estádio do Vale, obriga o atacante a passar uma nova temporada no departamento médico, o que remete a uma triste rotina vivida por ele em seu tempo de Cruzeiro.
Entre 2014 e 2017, Alisson sofreu um total de 11 lesões no clube de Belo Horizonte. Foram sete na coxa esquerda, duas na direita e outras duas no joelho direito. Alarmado, o clube mineiro teria recorrido ao Plasma Rico em Plaquetas (PRP), tratamento que consiste na regeneração de ligamentos e fibras de tendões com a utilização do próprio sangue. O benefício é a redução do período de reabilitação, além de evitar a necessidade de cirurgia. Médicos do Cruzeiro, contudo, nunca confirmaram essa forma de tratamento.
— Alisson sempre foi muito respeitado como jogador. Não fossem as lesões, ele não teria saído do Cruzeiro. Para muitos, não se tratava de um jogador confiável, que não conseguia ter sequência — diz Thiago Reis, repórter da Rádio Itatiaia, de Belo Horizonte.
Desta vez, ao menos, a parada de Alisson será menor. A ruptura do tendão na região posterior do bíceps, a área em que o músculo se insere no osso, sofrida em choque com Osvaldir, lateral-direito do Novo Hamburgo, determinará um mês de ausência dos gramados. Em 2018, foram 80 dias. Daquela vez, o afastamento havia sido provocado por lesão no músculo posterior da coxa esquerda, em jogo contra o Monagas-VEN, dia 15 de maio, em Maturín, pela Libertadores. A volta foi em 4 de agosto, na vitória dos reservas por 2 a 0 sobre o Flamengo, na Arena, pelo Brasileirão.
Márcio Dornelles, médico do Grêmio, entende que é preciso relativizar quando se fala em lesões musculares. Explica que, por vezes, são somente edemas de gravidade menor que, ainda assim, acabam catalogados como lesões musculares. E ressalta a diferença de um caso para outro.
— A lesão atual é traumática, nada tem a vez com um eventual histórico de problemas anteriores — observa Dornelles.
Os problemas sofridos no Cruzeiro também não geram um estado de alerta em relação a Alisson. Como todos os jogadores do grupo, o atacante foi submetido a avaliações fisiológicas e fisioterápicas que servem para detectar a necessidade ou não de trabalho de reforço de um grupo muscular específico. Segundo Márcio Dornelles, foi o bom trabalho preventivo feito durante a pré-temporada que evitou um problema maior no domingo:
— A força do músculo protegeu Alisson.
Durante os 30 dias de tratamento, Alisson não ficará imobilizado por completo. Trabalhos de membros superiores o ajudarão a manter em bom nível a parte cardiorrespiratória. Depois, será preciso somente recuperar o condicionamento físico para ficar à disposição de Renato no jogo contra o Rosario-ARG, dia 6 de março, o primeiro da Libertadores.
As dores de Alisson
15/5/2018
Sofre lesão muscular na coxa esquerda em jogo contra o Monagas-VEN. Para por 80 dias
20/1/2019
Sofre ruptura do tendão na região posterior do bíceps da perna direita
Tempo previsto de parada: 30 dias