O futebol, assim como a vida, tem o poder de surpreender. A saída do goleiro e ídolo do Grêmio Marcelo Grohe para o mundo árabe é a prova disso. Incontestável na posição, ele se tornou referência no clube. Formado nas categorias de base, enfrentou e superou o banco de reservas e os longos e difíceis anos sem títulos. A dedicação e a disciplina se transformaram em performance, e as defesas extraordinárias em momentos decisivos tornaram o arqueiro gremista um campeão.
Por tudo que representa para a nação azul, preta e branca, a decisão do goleiro não pode ser questionada. Devemos compreendê-lo e apoiá-lo, pois nosso respeito e nossa admiração, ele já tem.
Na verdade, são essas surpresas que tornam a vida do torcedor interessante. As conquistas, claro, são fundamentais para a grandeza da instituição. Ser campeão é a vocação de um clube grande e conquistar o Rio Grande do Sul, a América e o Mundo sempre será a forma de retribuir ao torcedor pela paixão. Pelo incentivo. Pela insistência de torcer e, muitas vezes, empurrar o time.
Mas as partidas e as chegadas de atletas e treinadores fazem parte do jogo e movimentam mais do que as páginas de jornais, elas servem como o aquecimento para a próxima temporada. A renovação de Renato Portaluppi é a comprovação, e sua importância é ainda maior com o adeus do Grohe.
Se a torcida gremista começa dar sinais de impaciência, é devido ao cenário de incertezas. Só temos nos despedido de jogadores importantes. Arthur, Ramiro e Marcelo Grohe, para citar alguns exemplos. E a alegria de ver chegar os reforços? Como esperamos ansiosos por 2019.
Sabemos que a diretoria do Grêmio trabalha em silêncio, talvez considerando a máxima de que os concorrentes têm sono leve, porém, nosso próximo ano começa a ser desenhado agora. As renovações, contratações e dispensas de jogadores indicam o caminho e nos fazem sofrer ou sonhar.
Todavia, o papel do torcedor é... torcer. Pelo bom desempenho do time dentro das quatro linhas e pela eficiência da diretoria na gestão do clube e montagem do grupo. Se a temporada que finda não foi de grandes comemorações, somos nós, juntos, que podemos fazer dos próximos 350 dias um grande ano para o Tricolor.