Foi durante uma partida do jogo eletrônico Fifa 18, que disputava com o meu filho João Vítor, de oito anos, que veio uma discussão interessante: qual a validade da regra do impedimento no futebol? Concluímos que, tanto eletronicamente como no campo, esta regra é absolutamente dispensável. Em ambas situações, sempre há dúvidas nas marcações, pois é uma regra muito complexa. Quando, realmente, o atleta está fora de jogo?
Na verdade, o impedimento serve mais para gerar polêmica do que para oferecer algo a mais no futebol. Muito antes pelo contrário. Não são raras as vezes em que o jogo fica paralisado por causa da marcação de um lance discutível. Pois o João Vítor e eu começamos a conversar com outros desportistas, envolvendo tanto adultos quanto crianças. Fizemos uma pesquisa informal, e a nossa proposta de abolir o impedimento no futebol está sendo muito bem aceita. É uma forma de desburocratizar o esporte, abrindo a possibilidade de mais gols.
Por que o preconceito ao atacante que gosta de curtir uma "banheira" para empurrar a bola para a rede? Isso vai provocar mais atenção dos zagueiros e abrirá vaga para os chamados atacantes de ofício. Certamente surgirão novos goleadores, e o futebol ficará mais alegre. Resta saber a opinião dos clubes, jogadores, técnicos e árbitros.
Antes que haja uma reação negativa por parte dos integrantes da arbitragem, quero esclarecer que, pela nossa proposta, não haverá alteração na composição do trio (ou quinteto) de arbitragem: continuará com o juiz e os seus auxiliares, que se ocuparão mais com as jogadas desleais, agressões e pênaltis — com atenção redobrada aos puxões, empurra-empurras e alegações de faltas inexistentes. O VAR também poderá continuar existindo para dirimir dúvidas mais complexas.
Lembro das nossas peladas de infância, onde não havia impedimento. Tinha um amigo que era especialista em ficar na "banheira". Por isso, recebeu o apelido de Aipim, pois estava sempre plantado junto à goleira adversária. Hoje, a gurizada repete o que fazíamos, inclusive mantendo o goleiro-linha. O futebol precisa de mais jogadas bonitas e de gols. Isso é o que faz a torcida ir aos estádios.
Quem sabe essa discussão possa ser levada à comissão de arbitragem da Federação Gaúcha de Futebol, à CBF e, posteriormente, à Fifa? O espetáculo ganhará mais gols, novos goleadores e mais público. E os clubes terão mais sócios e receita. Está na hora do futebol ganhar novas emoções. Ah, e os produtores dos jogos eletrônicos Fifa — que já está na versão 19 — que tratem de fazer a alteração, que vai aumentar a emoção e diminuir dúvidas. Futebol é bola na rede, e a nossa proposta vai aumentar o número de gols e valorizar o espetáculo. Viva os gols! Viva a alegria no futebol!