Caberá ao governador do Estado (José Ivo Sartori ou Eduardo Leite) sancionar o projeto de lei aprovado nesta terça-feira (18) pela Assembleia Legislativa, que prevê a venda de bebidas alcoólicas nos estádios de futebol gaúchos. Nos gabinetes do Grêmio, no entanto, o assunto não precisa ser debatido: o posicionamento é positivo.
— Eu sou a favor do livre arbítrio. Ou seja, eu bebo se quero. Acho que existe uma consciência de que beber faz mal ao estádio, mas, para essa conta valer, não se pode vender bebida a cinco metros do portão. Sou a favor da venda de bebidas alcoólicas dentro dos estádios e a favor da regulamentação disso — declarou o presidente Romildo Bolzan Júnior, em entrevista ao programa Timeline Gaúcha.
Além da questão social, o argumento apresentado pelo dirigente gremista é de que a comercialização apresentaria um incremento importante aos cofres dos clubes.
— Acho que isso é extremamente importante para muitos clubes pelo ponto de vista econômico, e não estou falando isso por que beneficia o Grêmio, porque toda exploração comercial não pertence ao Grêmio. Apenas prefiro a civilidade de beber educadamente, em um ambiente descontraído, sem que signifique exagero, sem que gere a hipocrisia de beber do lado de fora. Estamos regulando um fato social, permitindo que ele aconteça de forma organizada — complementou Romildo.
Na manhã desta quarta (19), o comandante da Brigada Militar, coronel Mário Ikeda (que é contrário à medida por temer o aumento da violência nos estádios), revelou que pretende aconselhar Grêmio e Inter a contratarem mais seguranças privados a partir de 2019, caso o projeto de lei seja sancionado. Na visão de Romildo, porém, o temor não se justifica. E, se o efetivo precisar ser aumentado, caberá à direção da Arena o recrutamento de novos profissionais.
— A organização do jogo é da Arena Porto-Alegrense. Nosso caso é bem diferente. Não temos benefício direto ou indireto. Acho correta a preocupação do coronel Ikeda e, se for necessário isso (contratação de mais seguranças), vamos fazer os experimentos, vamos ver se o nível de convivência nos estádios vai continuar igual ou não. Eu acredito que vai. Às vezes, é mais barato beber fora do estádio do que dentro, porque no estádio tem o pagamento de encargos para fazer o custo deste produto —refletiu o mandatário tricolor.