Correção: o prazo de 15 dias para o veto ou a sanção do governador do Estado à lei começa a contar da entrega do projeto pela Assembleia ao Executivo, e não da publicação no Diário Oficial, como publicado neste site das 10h09 de 19 de dezembro às 11h30 de 19 de dezembro. A informação já foi corrigida.
Com a aprovação do projeto de lei que flexibiliza a venda de bebidas alcoólicas nos estádios de futebol do Rio Grande do Sul, o caso está nas mãos do Executivo. A partir da entrega da redação final da lei ao Executivo, o governador terá 15 dias úteis para sancionar ou vetar a matéria. Ou seja, caso o governador José Ivo Sartori (MDB) não se posicione, ficará para Eduardo Leite (PSDB), a partir de janeiro de 2019, dar o aval ou não. Porém, no que depender da Brigada Militar, qualquer um dos governadores será desaconselhado a aprovar.
— Nós somos de parecer contrário à venda de bebidas alcoólicas. No nosso entendimento, essa venda traz uma série de probabilidades de aumentar o número ocorrências de violência nos estádios. A bebida alcoólica causa desinibição e faz com que a pessoa cometa atos que normalmente não cometeria. Nós conseguimos observar um número muito grande de mulheres e crianças, que não acontecia anos atrás. Hoje, o estádio é um ambiente familiar — declarou o comandante-geral da BM, coronel Mário Ikeda, em entrevista à Rádio Gaúcha.
Atualmente, a Brigada Militar disponibiliza 150 policiais a cada partida envolvendo Grêmio ou Inter em Porto Alegre. Para se ter uma ideia da mobilização, em todo o Estado, segundo o coronel Ikeda, apenas 10 municípios dispõem de todo este efetivo. E, em clássicos Gre-Nais, por exemplo, o número de policiais sobe para 350 ou 400. Por isso, caso a pauta seja aprovada pelo Executivo, o comandante da BM pedirá aos presidentes dos clubes que contratem mais seguranças por conta própria.
— Vamos dialogar com os clubes para que eles coloquem mais seguranças privados, para que não tenhamos que aumentar nosso efetivo dentro dos estádios — relata o coronel Ikeda.
O argumento do deputado Ciro Simoni (PDT), autor do projeto de lei, é de que atualmente os torcedores bebem antes de entrar nos estádios e, portanto, não faz diferença proibir a venda dentro do Beira-Rio ou Arena.
— Não devia ter bebida alcoólica nem no entorno. Mas, já que tem, a proibição internamente nos facilita. Além disso, há uma grande parcela de torcedores que vai de carro. Eles fazem a ingestão de bebidas e saem dirigindo. Como são muitos veículos, não temos como fazer a fiscalização — conclui o comandante da BM.