Razões distintas forçam Renato a mexer na base do Grêmio para o jogo desta quinta (6), em São Paulo, contra o Santos, pela 23ª rodada do Brasileirão. Kannemann e Everton foram convocados pelas seleções argentina e brasileira, Bruno Cortez cumprirá suspensão pelo terceiro cartão amarelo e Maicon, com dores na coxa esquerda, será preservado. Léo Moura, que não treinou no campo nesta terça-feira, é outra dúvida. O técnico, assim, se vê forçado a escalar time misto em uma partida vital para a pretensão do Grêmio de se manter no G-4. Quando entrar em campo no Pacaembu, o time já saberá do resultado do Palmeiras, seu principal perseguidor, que, na véspera, terá jogado em casa contra o Atlético-PR.
Bressan ou Paulo Miranda?
Poucas tarefas são mais árduas, atualmente, do que substituir ao argentino Kannemann, o parceiro ideal de Geromel. Quando chamado, no segundo jogo contra o Lanús-ARG, pela decisão da Libertadores, Bressan cumpriu a contento a missão. Para esta quinta-feira, ele disputa com Paulo Miranda a preferência de Renato.
— Bressan teve muitas dificuldades em anos anteriores. Esteve no Peñarol e também não aprovou. O futebol, porém, permite recuperações. Paulo Miranda também é confiável —opina o uruguaio Ancheta, zagueiro que atuou no Grêmio nos anos 1970.
Quanto a Kannemann, a opinião de Ancheta espelha o pensamento da maioria:
— Com toda aquela força, vontade e disposição, ele se adonou da posição.
Marcelo Oliveira ou Juninho Capixaba?
Lateral-esquerdo com passagem pelo Grêmio entre 2002 e 2003, Gilberto acredita que a fórmula de jogo implementada por Renato Portaluppi leva o time a obter o mesmo rendimento ainda que algumas peças estejam ausentes. No caso de Bruno Cortez, ele vê Marcelo Oliveira preparado.
— Talvez ele não esteja no seu melhor nível técnico, mas é experiente, já foi capitão do time. A estrutura não se altera muito — entende.
Gilberto admite que lhe faltem informações maiores sobre Juninho Capixaba, que ainda não estreou. Ainda assim, entende que ele, caso jogue, será ajudado por ingressar em um contexto já aprovado:
— O Grêmio não vem tendo o mesmo rendimento do ano passado, mas, ainda assim, é muito forte.
Michel, Matheus Henrique ou Thaciano?
Poucos posições do time têm forçado tantos exercícios mentais por parte de Renato Portaluppi quanto a de volante. Quando o técnico parecia ter encontrado o substituto ideal para Arthur, hoje no Barcelona, o turco Fenerbahçe desembolsou 4 milhões de euros e levou Jailson. Agora, a preocupação do treinador é quanto a suprir a ausência de Maicon, que virou referência técnica e de liderança da equipe.
Michel, que só conseguiu jogar 12 partidas em 2018, ficou no banco contra o Botafogo e pode atuar ao lado de Cícero amanhã. Matheus Henrique, um dos preferidos pela torcida, pela semelhança de estilo com Arthur, recuperou-se de lesão e também está cotado. Thaciano tem sido uma alternativa frequente. Dorival J., que foi seu treinador no Santos, aposta no sucesso.
_ Ele vai deslanchar, principalmente recuando um pouquinho mais, como um segundo volante. Cresceu demais nessa função. Chegará em um patamar ainda mais elevado. Ainda não chegou no seu limite como jogador _ afirma.
Alisson ou Pepê?
Os gols contra Estudiantes-ARG e Botafogo, o primeiro deles decisivo para manter o Grêmio vivo na Libertadores, são credenciais suficientes para que Alisson reivindique a vaga de Everton. O ex-atacante Paulo Nunes, contudo, vê muitas diferenças entre os jogadores. Em sua visão, falta ao ex-cruzeirense a vocação para o drible, algo que sobra em Everton.
— Alisson joga mais pelo lado, voltando para marcar. Mas, como está confiando mais em seu futebol, poderá dar certo. Só vai precisar mudar um pouco suas características. O Grêmio precisa de um jogador que vá para cima, no drible — opina Paulo Nunes.
Outra possibilidade é a entrada de Pepê, mais habituado a jogar pela esquerda.