O palco começa a se abrir para Jean Pyerre, 20 anos. Escalado em parte do treinamento de quinta-feira (27), ele disputa com Douglas a vaga de armador no time quase todo de reservas que Renato irá escalar no jogo contra o Fluminense, sábado (29), às 16h, no Engenhão.
Na entrevista depois do treino de ontem, antes da viagem ao Rio, o jogador negou que já tenha sido informado pelo técnico se irá mesmo jogar. Caso isso se confirme, estará atendido o desejo de boa parte da torcida, que ainda lembra de sua boa participação no Gre-Nal do dia 9 de setembro.
Colocado no lugar de Ramiro aos 28 minutos do segundo tempo, Jean Pyerre não sentiu a pressão do jogo, disputado no Beira-Rio, e foi um dos responsáveis pelo crescimento do time. Em seu melhor momento, quase empatou o clássico em um arremate de fora da área, defendido por Marcelo Lomba. A chance seguinte foi na vitória por 2 a 0 contra o Paraná, jogo em que entrou no lugar de Douglas. Contra Tucumán e Ceará, não foi chamado por Renato.
Como ainda não abriu tratativas com Douglas para a renovação do contrato, que se encerra em dezembro, a direção já pensa em um jogador para a função. Desde que voltou ao grupo principal, depois de um novo "rebaixamento" para a transição após o Gauchão, é como meia que o garoto nascido em Alvorada tem atuado. Antes do Gre-Nal, também já havia tido boa performance na derrota por 2 a 1 para o Atlético-PR, em Curitiba, jogo em que, por coincidência, entrou na vaga de Douglas.
— Eu sempre joguei nessas duas funções, tanto de volante como meia. O professor Renato tem trabalhado comigo mais perto do gol, por ter passe e finalização — explica.
Poucos profissionais do Grêmio conhecem o jogador tão bem quanto Luiz Gabardo Júnior, auxiliar técnico da transição. Foram quatro anos de convivência nos infantos, juvenis e juniores. Entre os 14 e os 19 anos, Jean Pyerre atuou como segundo volante, pelo lado direito, e na terceira função do meio-campo.
— Ele sempre foi um menino diferenciado, com qualidade acima da média — atesta Gabardo.
O retorno ao grupo de transição, entende o técnico, serviu como mais uma etapa do processo de amadurecimento do jogador, a exemplo do que ocorreu com Pepê, também hoje integrado aos planos de Renato.
— O Gauchão foi um laboratório. Foi importante para Jean Pyerre viver aquelas dificuldades do começo do ano. Agora, tem tudo para crescer — aposta Gabardo, que coloca como único reparo a necessidade de que ele aprimore a marcação.
A consolidação da carreira também se dá a partir de conselhos de jogadores mais experientes. O mais interessado no crescimento é Maicon, que já assistiu a jogos de Jean Pyerre pela equipe de transição, no CT de Eldorado do Sul.
— Com Maicon, aprendo muitas coisas. Ele procura conversar comigo no dia a dia, passa a experiência dentro de campo — conta Jean Pyerre, acrescentando detalhes sobre as conversas: — Por termos estilo de jogo parecido, ele me chama, analisa as jogadas junto. Me sinto feliz e honrado com esse aprendizado.
Um bom desempenho no Rio poderá ampliar o horizonte de Jean Pyerre na Libertadores. Junto com Matheus Henrique, ele preencheu as duas vagas que restavam no grupo de inscritos para a fase de quartas de final. Em 2017, ele também chegou a ser lembrado por Renato, mas o técnico optou pela experiência de Jael. Desta vez, o técnico não penso duas vezes antes de inscrevê-lo.
— Ele sabe jogar chegando na área do adversário. No momento em que se tem a qualidade de um jogador desse, mais próximo da área do adversário, melhor para ele, melhor para a equipe — reconhece Renato.
Jean Pyerre no Grêmio
13 jogos
3 gols
1 assistência