Em sua primeira entrevista depois da Copa do Mundo, o zagueiro Pedro Geromel revelou total empolgação com o clima vivido durante a passagem pela Rússia. Disse que seu maior objetivo é passar essa experiência de modo especial aos jogadores da base, sem deixar de lado os mais velhos.
Disposto a colaborar, Geromel afirmou que pretende conversar com a direção para se colocar à disposição para proferir palestras aos mais jovens, nas quais pretende passar noções de profissionalismo que serão úteis ao longo da carreira de cada um deles.
— Estou com uma sensação que nunca tive antes, de passar para a frente tudo o que aprendi, vivenciei, estou querendo conversar, falar — abriu-se Geromel.— Quero falar com os mais jovens, explicar tudo o que aprendi sobre posicionamento do corpo, fechar o meio, parte tática e outras questões.
Contratado no início de 2014, Geromel chegou ao Grêmio depois de ter feito toda a sua carreira na Europa, em clubes portugueses, alemães e espanhóis, dos quais disse ter retirado experiências fundamentais para o seu sucesso no Brasil. A convivência com jogadores que atuam na Europa, contudo, parece ter servido ao zagueiro como uma pós-graduação.
— Eu tenho alguma experiência, joguei dez anos na Europa. Nos últimos anos, temos tido, junto com o Corinthians, as melhores defesas do Brasileirão. Ainda assim, aprendi mais e mais. Fui para lá com a cabeça completamente aberta. Aprendi com o professor (Tite), com Silvinho, um treinador excepcional da defesa, algo que me chamou muito a atenção —ressaltou.
Na avaliação do zagueiro, que deverá voltar ao time contra o Atlético-MG, quarta-feira (18), na Arena, a diferença entre jogadores que atuam no Brasil e na Europa já se constata nas atitudes fora de campo. É o que ele pretende transmitir primeiro nos treinamentos e, depois, se a direção concordar, em palestras.
Uma coisa que senti muita diferença é o profissionalismo dos jogadores. Já está inserida neles a questão profissional. Antes do treinamento, todos já sabem o que fazer para estar 100%
PEDRO GEROMEL
Sobre período em que ficou com a Seleção Brasileira na Copa 2018
— É importante estar sempre concentrado, focado. Acho que posso trazer para o Grêmio. Uma coisa que senti muita diferença é o profissionalismo dos jogadores. Já está inserida neles a questão profissional. Antes do treinamento, todos já sabem o que fazer para estar 100% — observou.
Conforme Geromel, o período de transição da base para o profissional frequentemente é enfrentado com dificuldade pelos jovens. Sua intenção é tornar menos traumática essa passagem:
— Isso eu quero passar para a transição, para o sub-15, sub-17, sub-19, para todos os meninos. No Brasil, essa cultura não está tão aflorada. Os jogadores vêm aqui, treinam, ficam conversando com o companheiro do lado quando o professor passa a parte tática. Têm que levar mais a sério. Quando é trabalho, é trabalho. Haverá a hora para brincar, descontrair.