Com a vitória de 4 a 0 sobre o Brasil de Pelotas, o Grêmio encaminhou muito bem a conquista do quarto título em menos de um ano e meio. Cabe aqui uma avaliação sobre como o Tricolor chegou a este momento. Essas conquistas não vêm por acaso.
Nos últimos anos, o Tricolor conseguiu juntar vários fatores fundamentais para um clube de futebol ser vencedor: planejamento, mecânica de jogo bem trabalhada, revelação de pratas da casa e união, já que é nítido o quanto os atletas respeitam e compram as ideias de Renato. Além disso, possui um treinador que, em seu DNA, consta a busca incessante por vitórias e títulos desde quando era jogador.
São vários os exemplos de como Renato conseguiu transformar o Grêmio em um time que bota faixas no peito e, no mínimo, uma equipe difícil de ser batida. Renato recuperou Pedro Rocha, transformou Ramiro em extrema, conseguiu fazer Jael ser útil à equipe, esperou o momento certo para transformar Éverton em um novo Pedro Rocha, confiou em Léo Moura e Cortez, melhorou o problema da bola aérea defensiva na época em que Roger Machado não conseguia mais resolver, pediu Cícero — e este ajudou a mudar a história da decisão da Libertadores. Enfim, Renato parece enxergar além, e faz algo fundamental no futebol, que é passar confiança aos atletas.
Diante disso, a projeção para o Grêmio e, consequentemente, para a sua torcida, é das melhores possíveis. Se novos títulos virão, não sabemos, mas o mínimo que pode ser dito é que o Grêmio vem muito forte para mais uma temporada em relação a competições nacionais e internacionais.
A dúvida que fica no momento é se voltará a priorizar alguma competição ou irá com mais sede ao pote. Condições e grupo qualificado, tem. Basta planejar e seguir este caminho que o Tricolor pode começar a pensar em um título, por exemplo, que não conquista há 22 anos, o Campeonato Brasileiro.
E nada disso, acima, seria escrito se não estivesse ocorrendo um trabalho extremamente competente conduzido pelo presidente Romildo Bolzan Júnior. Lembro quando ele assumiu, ainda na primeira gestão, e enfrentou fortes críticas da torcida, que exigia reforços. Matou no peito as críticas, saneou as finanças do clube, prioridade naquele momento, e conduziu o Grêmio a outro patamar, com taças no armário.