A expectativa pela final da Libertadores contra o Grêmio toma conta das ruas de Lanús, cidade localizada ao sul de Buenos Aires, na Argentina. Mas, especialmente no Parrilla Lanús, restaurante que fica a oito quadras do estádio La Fortaleza, o sentimento dos torcedores pelo clube pulsa mais forte.
É lá que parte da "hinchada", como eles se denominam em espanhol, assiste aos jogos do Lanús. Trata-se, na verdade, do restaurante localizado na sede social do clube, que, além do futebol, também faz sucesso no basquete. E, como tal, tem camisas e fotos históricas emolduradas nas paredes, além de um grande letreiro que recepciona os visitantes: "Restaurant del Club Atletico Lanus".
Com capacidade para receber 350 pessoas em dois andares, o restaurante serve almoço com bife de chorizo, salada, bebida e sobremesa ao custo de 170 pesos argentinos, o equivalente a R$ 31. Outros pratos, com peixe, frango e guarnições como batata-frita ou purê, também compõem o cardápio. A reportagem foi atendida pela garçonete Analia Mendez, 43 anos, que demonstra entusiasmo pelo momento histórico vivido pelo Lanús.
— Aqui está uma grande festa. Muito trabalho, ficamos abertos até altas horas da noite pelo movimento. Como sou torcedora do Lanús, sinto muito orgulho por tudo que estamos vivendo — conta Mendez.
O restaurante é administrado por Pablo Morán, 43 anos, um apaixonado pelo Lanús. Ele será um dos quatro mil torcedores que virão a Porto Alegre no jogo de ida, dia 22 de novembro.
— A expectativa é gigante, não só para os torcedores do Lanús, mas também em toda a cidade. Esperamos com muita ansiedade esta final. Tanto que vou a Porto Alegre e levarei meu filho e minha filha de quatro anos também — conta.
Morán também mostra amplo conhecimento do Grêmio. Cita as duas Libertadores conquistadas pelo clube gaúcho e também cita o grande time que foi bicampeão em 1995, com Paulo Nunes e Jardel. Agora, sua principal preocupação é com os gols de Luan.
— Assisti aos dois jogos contra o Barcelona de Guayaquil e pude ver que o Grêmio é bem armado e muito aguerrido. Joga Kannemann, que demonstrou fibra jogando pelo San Lorenzo, e também Luan, que considero um dos melhores jogadores no Brasileirão. Nenhuma equipe chega a uma final da Libertadores sem méritos — elogia Morán.
Outros torcedores, como o industrial Juan Mafelján, 66 anos, já planejam a viagem a Porto Alegre. A dúvida, entre custos e roteiros, é ir entre carro e ônibus, já que a passagem de avião, que chega a US$ 900, quase R$ 3 mil, lhe parece muito cara.
— Quero que o jogo seja 0 a 0 no Brasil e aqui, se a gente vencer por 1 a 0, está bom — espera.
O designer Pablo Bevacqua, 32 anos, também confia em um resultado positivo na Arena para que o Lanús possa definir com o apoio de sua torcida em La Fortaleza. Mas seu sentimento é que o clube, independentemente da conquista do título, já fez história.
— Já estamos felizes somente por chegar à final — sorri.