Analistas argentinos destacam momento histórico do Godoy Cruz

Uma equipe humilde, que chegou pela primeira vez em sua história às oitavas da Libertadores, está no caminho do Grêmio.

O argentino Godoy Cruz, que manda seus jogos em Mendoza, a poucos quilômetros de algumas das melhores vinícolas do mundo, pode ter pouca tradição na principal competição da América - está somente em sua terceira participação. Mas promete garra para tentar eliminar o time de Renato.

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O elenco da equipe é repleto de garotos, tanto que a média de idade é de 24 anos. No comando do time, o jovem técnico Lucas Bernardi, 39 anos, superou a desconfiança da torcida. De início, suas ideias de rodízio e mudanças na formação tática, que variavam entre esquemas 3-4-3 e 4-3-3, sofreram críticas das arquibancadas. Mas, com o feito inédito na Libertadores e a classificação na Copa Argentina, eliminando o Deportivo Santamarina, tudo mudou.

– Seus conceitos de jogo sofreram muita resistência. É um técnico que gosta que sua equipe saia jogando – avalia Gustavo Spitaleri, repórter da rádio Estudio Cooperativa, de Godoy Cruz.

O treinador é adepto do toque de bola e das triangulações pelos lados do campo para chegar ao ataque. Soube montar um meio-campo combativo, que tem na figura do meia Gastón Giménez, 25 anos, um organizador. Os extremas Ángel González e Fabricio Angileri, ambos com 23 anos, se juntam ao centroavante Santiago "Morro" García nas jogadas de ataque.

– Recém agora Bernardi encontrou uma identidade de jogo, mantendo a base da equipe. O time cresceu bastante em rendimento coletivo. O jogo ofensivo agrada muito ao técnico, mas ele não tem dúvidas em recuar seu time quando deseja segurar o resultado ou vê que o adversário é superior – explica Gabriel Leal, repórter do jornal Diário de Los Andes, de Mendoza.

Encarar o Grêmio não estava nos planos do Godoy. Na fase de grupos, a equipe sofreu com outro brasileiro, o Atlético-MG de Roger Machado. A estreia em Mendoza foi com um empate em 1 a 1, mas na última rodada os mineiros aplicaram um doloroso 4 a 1 no Independência.

Ainda assim, nos bastidores do clube argentino o entendimento é de que, após a classificação às oitavas, com a melhor campanha entre os segundos colocados, o que vier pela frente na Libertadores é lucro.

– O Godoy vê o Grêmio como um adversário muito complicado. Com certeza, pretendiam pegar outra equipe no sorteio. Mas também há o sentimento de que não há nada a perder. É um ótimo momento para uma equipe sem grandes figuras, que surpreendeu com a classificação às oitavas – observa Javi Chacon, correspondente em Mendoza do jornal Olé.

Paredão Rey
Com 26 anos, o goleiro Rodrigo Rey é um dos grandes nomes do elenco. Formado no River Plate, passou pelo Newell's Old Boys antes de chegar ao Godoy em 2014 e se firmou como um dos melhores do país.

Goleador Correa
O centroavante Javier Correa é o artilheiro da equipe na temporada, com 10 gols. Mas, pelas lesões, perdeu o posto de titular. Agora, virou uma opção de segundo tempo. O que não o torna menos perigoso.

El Morro García
O uruguaio Santiago Garcia, mais conhecido como "El Morro", é peça fundamental do ataque. Após se recuperar de lesão, o centroavante, de passagem apagada pelo Atlético-PR entre 2011 e 2012, virou titular absoluto.

O Gastón deles
Se o Grêmio tem Gastón Fernandez como camisa 10 na Libertadores, o Godoy Cruz aposta em Gastón Giménez para organizar seu meio-campo. O meia de 25 anos é o responsável por pifar os companheiros.

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