Talvez o rótulo de futebol de pegada recebido pelo Rio Grande do Sul esteja descolando. Mesmo que a imagem deixada pela primeira partida da final do Gauchão indique o contrário, o regional dos pampas é um torneio menos faltoso do que se imagina.
O 0 a 0 no Alfredo Jaconi esteve acima da média no quesito faltas cometidas. Tanto Juventude quanto Grêmio foram mais faltosos do que de costume. O time de Roger Machado cometeu 23 infrações, quatro a mais do que a equipe de Renato Portaluppi. A média gremista no Gauchão é de 16,9 faltas por jogo, enquanto o Ju tem índice de 15,8 a cada 90 minutos. Os dados são da plataforma FootStats. As 42 vezes em que Anderson Daronco parou a partida equivalem a um aumento de 28% no número de faltas do que a média das duas equipes somadas.
Quando se amplia o cenário, se tem uma ideia mais precisa de como a decisão foi faltosa. A final teve um aumento de 64,7% no índice de faltas cometidas. A média no Gauchão é de 25,4 por jogo. A plataforma não analisa todas as partidas do Estadual. No caso do RS, os números são um reflexo de 46 confrontos observados.
Os dados não condizem com o estilo pelo qual o futebol gaúcho é conhecido. Comparado aos outros três principais estaduais do Brasil, o Gauchão é o que tem o menor média de faltas cometida.
Classificado por um futebol mais cadenciado, o Campeonato Carioca é o que tem a maior média de faltas. São 33,3 a cada 90 minutos, levando em conta os 77 jogos no banco de dados da plataforma. Na sequência, aparece o Mineiro, com 28,2, em 29 partidas observadas. Principal regional do país, o Paulistão tem média de 27,5 infrações por confronto, entre os 103 analisados.
Como a base de dados não leva em conta todos os jogos do Gauchão, os números não dizem com precisão que o Estadual do RS é um torneio menos faltoso em comparação com os de Rio, São Paulo e Minas. Em geral, as partidas que ficam de fora da análise são entre equipes do Interior que, na teoria, tendem a ser mais faltosas.