Importante ressaltar: o levantamento foi feito até a tarde de sexta-feira (7). Novas contratações não estão descartadas pelos clubes, especialmente após o início da competição. Depois que passa a festa do campeão, a lamentação do vice e o drama dos rebaixados no Gauchão, aparece a pergunta: e agora, qual o futuro dos jogadores?
Um levantamento feito por GZH mostra que 33 atletas que disputaram a principal competição do Estado continuarão suas carreiras em 2023 aqui no Rio Grande do Sul, contratados por equipes da Divisão de Acesso. O número é considerado satisfatório por sindicato e clubes. Ao todo, excluindo a dupla Gre-Nal, o Gauchão contou com cerca de 350 profissionais inscritos, distribuídos em 10 tines. Desses, apenas três não têm competições nacionais previstas para a sequência da temporada: Avenida, Esportivo e São Luiz.
Sendo assim, calcula-se que cerca de 90 jogadores teriam futuro indefinido para a sequência da temporada. Mas isso não costuma ser problema para atletas de primeira divisão estadual. Além de normalmente conseguirem contratos bons para os primeiros meses do ano, trata-se de profissionais de boa vitrine, muitos com empresários e que logo acabam conseguindo novos empregos.
No regulamento da Divisão de Acesso, estão autorizadas inscrições de até oito atletas que disputaram o Gauchão (ou a primeira divisão de outros estaduais). Segundo o presidente do Sindicato dos Atletas Profissionais do RS, Gabriel Schacht, dada a dificuldade do futebol brasileiro, o desenho gaúcho ficou de bom tamanho:
— O calendário do Gauchão é complicado mas entendemos que é difícil de mudar por causa da CBF, que determina o fim do Estadual e o início do Brasileiro. A Divisão de Acesso teve um calendário melhor porque engloba a Copinha é um atrativo porque dá vaga para a Copa do Brasil.
Sem presença em competições nacionais, Avenida e São Luiz costumam disputar a Copa FGF no segundo semestre. Para 2023, a Copinha está prevista para ocorrer entre 8 de junho e 26 de outubro. Ela será concomitante ao final da Divisão de Acesso (que começa em 15 de abril e vai até 27 de agosto) e ao início da Terceirona (21 de setembro a 10 de dezembro).
O experiente meia Alexandre é um dos que trocaram a primeira pela segunda divisão estadual. Depois de disputar o Gauchão pelo Avenida, ele agora vai para o Glória tentar o acesso pela equipe de Vacaria. Aos quase 39 anos, tem vivência suficiente para explicar a diferença entre os dois campeonatos:
— O Gauchão tem ficado cada vez disputado, com reforços de todos os lugares do Brasil, mas bom de jogar, com bons gramados, jogadores de alto nível. O Acesso é mais difícil, tem muitas equipes complicadas, os gramados não são bons, chove, fica embarrado. Os jogos são decididos em bolas paradas. Mas também é um campeonato legal, joga perto de casa, da família e é reconhecido por aqui.
*Colaborou: Valeria Possamai