Detentor do título do Interior, pelo terceiro lugar conquistado no ano passado, o Juventude entra no Campeonato Gaúcho de 2022 em uma realidade diferente. Agora, de fato, como um clube da Série A, após ter disputado e se mantido na competição no último ano, o clube sofre os prós e os contras de estar da elite.
De positivo, o fato de ter uma maior capacidade de investimento, por ter ciência de qual será o seu orçamento ao longo do ano e ter avançado em algumas reformas estruturais no ano passado, principalmente na qualificação do gramado do Estádio Alfredo Jaconi. Por outro lado, com um calendário com mais jogos, o período de preparação até a estreia será de 12 dias, muito abaixo do que é considerado ideal pelas comissões técnicas. Se Grêmio e Inter contam com a categoria de aspirantes para segurar as pontas nas primeiras rodadas, para o Ju é diferente. Mesmo sem a condição ideal, será o elenco principal que começará o Gauchão.
— É um campeonato equilibrado, especialmente pelas equipes do Interior, e precisa ser valorizado, porque a maioria delas tem um tempo longo de preparo. Nós vamos entrar com pouco tempo de preparação, então vamos ter dificuldades, pois a preparação física vai prevalecer. Com o decorrer das rodadas, quando as equipes se equilibrarem, poderemos medir forças — afirma o presidente Walter Dal Zotto Jr.
Algo similar aconteceu no ano passado, quando o Papo ascendia da Série B para a Série A. Houve dificuldades nas primeiras rodadas e o cargo do técnico Marquinhos Santos esteve ameaçado. Com o passar das rodadas — e com o time também engrenando na Copa do Brasil — a situação foi estabilizada e o time conseguiu chegar às semifinais, inclusive saindo na frente no jogo de ida.
— As principais equipes precisam fazer um trabalho para que os times do Interior possam se fortalecer, com maior capacidade de investimento, para termos um campeonato de nível técnico melhor. A dupla Gre-Nal entre como favorita e nós vamos tentar defender o título do Interior — destaca Dal Zotto.
Com Jair Ventura e sua comissão técnica, que conduziram a reação na Série A no ano passado, mantidos nos cargos, o Ju espera novamente chegar entre os quatro primeiros colocados. Nomes que disputaram o Campeonato Brasileiro, como o zagueiro Rafael Forster, o lateral-esquerdo William Matheus, o meia Chico Kim e o centroavante Ricardo Bueno foram mantidos. Além disso, o jovem Sorriso, revelação da temporada passada, não foi vendido até agora e pode iniciar o Gauchão com a camisa alviverde, embora esteja cotado no Atlético-MG e no Bragantino.
Entre os reforços, o Ju se adiantou e já em dezembro fez o anúncio do goleiro César, ex-Londrina, e do meia Rodrigo Bassani, que estava no Figueirense. Na sequência chegaram zagueiros Danilo Boza e Paulo Miranda, os laterais Rodrigo Soares e Moraes, os volantes Rômulo e Darlan, e os atacantes Hélio Borges e Vitor Gabriel. O clube aguarda pelo Talleres, da Argentina, para poder confirmar também o atacante Guilherme Parede. Novos nomes devem chegar para a Série A ou com o avançar da Copa do Brasil, sempre uma fonte de receita importante para o clube.
Pelo pouco tempo de preparação, o Juventude não realizou amistosos até agora, e a estreia no dia 26 de janeiro, diante do Inter, pode ser sua primeira partida no ano.
Time-base (esquema 4-3-3): César; Paulo Henrique, Paulo Miranda, Danilo Boza e William Matheus; Jádson, Darlan e Chico; Sorriso (Capixaba), Guilherme Parede (Bruninho) e Ricardo Bueno. Técnico: Jair Ventura.
Juventude
Fundação: 1913
Estádio: Alfredo Jaconi
Participações no Gauchão: 59
Colocação em 2021: 3º lugar - campeão do interior
Melhor campanha: campeão em 1998