Elas estão, mais uma vez, entre as quatro melhores equipes do Estado. Atuais bicampeãs do Interior, as gurias do Brasil de Farroupilha enfrentarão o Inter nas semifinais do Gauchão Feminino. O primeiro jogo é no domingo (14), às 11h, no Estádio das Castanheiras.
Comandadas pelo técnico Fernando Varani desde a segunda rodada do Estadual, elas detêm a terceira melhor defesa e o terceiro melhor ataque do Gauchão Feminino. Além de 60% de aproveitamento na etapa inicial da competição.
O bom trabalho é reconhecido pelo treinador rubro-verde que também é um velho conhecido das gurias. Em 2018, ele esteve à frente da equipe nos últimos oito jogos do Estadual. Depois, em 2019, o Brasil de Farroupilha também foi treinado por Varani — até às semifinais.
Acompanhando a evolução da equipe com o passar das temporadas, Varani sabe das dificuldades que enfrentará ao duelar com o Inter, mas vislumbra fazer história com o jovem elenco do time serrano. Um resultado positivo no próximo domingo marcará o rubro-verde como o primeiro time do interior a tirar pontos das Gurias Coloradas — que só perderam uma partida na história do Gauchão Feminino e empataram outras três, todas com o Grêmio.
Confira a entrevista com o treinador do time rubro-verde
Qual é a tua avaliação da campanha do Brasil-Far na primeira fase?
A gente vem trabalhando forte durante a competição. O empecilho foi ter começado já com ela iniciada (Varani assumiu o time na segunda rodada). Mas o desempenho foi satisfatório. Viemos bem. Gostei das nossas atuações. Fomos a terceira melhor campanha, e faltou um jogo ainda (o confronto com o Guarany-Ba foi cancelado pela FGF).
Como está a preparação do Brasil-Far neste Gauchão Feminino? Isto é, em relação ao ritmo de treinamentos, por exemplo?
Nós temos um grupo mesclado: gurias que trabalham e outras que vieram exclusivamente para jogar. Então, estamos conseguindo ter um ritmo de trabalho tanto com essas que são da região, porque estamos treinando três noites, quanto com o grupo que veio para jogar. Essas treinam todos os dias. Sempre que não tem treino à noite, elas treinam em turnos alternados. A nossa carga de treinos vem aumentando, a tendência é que aumente mais com o passar do tempo, das temporadas.
Como tu vês a evolução do grupo com o passar das temporadas? Ou seja, desde a abertura do departamento, em 2018?
A evolução está na carga de treinamento que aumentou, e com essa possibilidade de trazer meninas que querem viver só do futebol. Não só meninas da região, mas poder trazer meninas de fora, para acrescentar e fazer com que as da cidade tenham um pouquinho mais de intensidade nos trabalhos, para manter o seu lugar no time. Isso é importante.
Então, desde que a gente começou (em 2018), ficamos sempre entre os quatro. Apenas na primeira temporada que ficamos em quarto (nas outras, todas, o Brasil-Far ficou em terceiro), pela questão dos critérios de desempate naquele ano. Desse período para cá, a evolução, o salto de qualidade do grupo foi enorme, especialmente porque temos essas meninas que vieram especialmente para jogar.
Então, o foco muda um pouco, elas se concentram mais nas atividades de treinamento por não ter essa jornada dupla. Têm mais tempo para se dedicar, e isso dá um salto de qualidade no grupo. O grupo deste ano tem uma qualidade muito alta, e a gente tem uma esperança de fazer uma partida muito boa neste final de semana.
Quais os pontos mais fontes do adversário, o Inter, na tua opinião?
A gente conseguiu, junto com a nossa comissão, avaliar toda a equipe do Inter. Cada enfrentamento que fazemos, sempre assistimos os jogos dos nossos adversários para identificar os pontos fortes e fracos, para traçar uma estratégia para o jogo.
Então, a equipe do Inter usa bastante seu grupo, trabalha bastante com o revezamento das suas atletas. Mas, sempre que possível, coloca as jogadoras com mais qualidade, como Fabi Simões, Bruna Benites, Djeni... É um grupo que alterna experiência com juventude. E isso é uma combinação muito boa para o futebol.
E quais são os pontos fortes do teu time, o Brasil-Far?
Mesmo sendo um grupo muito jovem, com média de idade de 22 anos, elas têm bastante experiência, vêm com rodagem, já passaram por alguns clubes. Como é o caso da Keka, que na última temporada estava no Ceará. Isso agrega bastante, porque por mais que sejam jovens de idade, elas vêm com base. Então, é isso que está dando a fórmula do sucesso.
Acredito que nosso ponto forte vêm sendo a marcação. A parte defensiva vem sendo nosso ponto positivo.
Os enfrentamentos com o Grêmio, com o Brasil-Far enfrentando o Tricolor de frente, dão uma motivação maior para as gurias?
Com certeza. Esses dois jogos com enfrentamentos de igual para igual aumentaram a confiança do grupo. Nesse último duelo, enquanto estava 0 a 0, tivemos uma oportunidade clara, não marcamos. Mas a primeira chance do jogo foi nossa.
Então, vamos com bastante confiança para a partida, e se a gente for perder essa classificação, vamos vender muito caro. Vamos fazer uma boa partida.
O que esperar das semifinais?
Como sempre, enfrentar a dupla Gre-Nal é muito difícil. A gente sabe de todas as qualidades que elas têm. Estamos trabalhando bem forte. Então, esperamos um jogo muito complicado, muito difícil, em que teremos de ser muito inteligentes, saber valorizar quando estivermos com a posse de bola e marcar forte quando estivermos sem a posse de bola.