O Brasil-Fa afastou nesta quinta-feira (30) o jogador Luiz Carlos, que foi preso na quarta-feira (29), em Passo Fundo, por porte de arma. Ele estava com uma pistola calibre .380 no vestiário da Arena BSBios, onde jogaram — e brigaram — atletas do time e do Gaúcho, em partida da Terceirona Gaúcha. A direção do clube da Serra também registrou Boletim de Ocorrência por injúria racial e agressão.
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Segundo o diretor de marketing do Brasil-Fa, Gabriel Marchet, dirigentes, comissão técnica e jogadores não sabiam que Luiz Carlos havia levado uma arma para a partida. Marchet informou que os atletas precisam portar uniformes, mas podem levar objetos pessoais, como caixas de som, roupas casuais e aparelhos eletrônicos.
— O colega de quarto na concentração não sabia que ele tinha levado. Falamos com Luiz Carlos, que confirmou que a arma era dele. Alegou ter se assustado com tudo, por isso tentou esconder a arma na bola. Mas ele garantiu que não pegou nem pegaria a arma, que está registrada e é dele há mais de 15 anos. Disse que avisou que tinha para tentar acalmar a confusão. Está errado, quero deixar claro. Não compactuamos com isso e punimos do jeito mais severo do nosso estatuto. Agora vamos decidir o futuro — declarou Marchet, que afirmou ter sido informado, nesta quinta-feira (30), de ameaças prévias entre atletas.
O conselho vai fazer uma reunião para definir se rescindirá o contrato com o jogador de 36 anos, com passagens por vários clubes do Interior e também da Bolívia (San José e Blooming) e de Hong Kong (South China). Seu vínculo com o Brasil-Far vai até o final da Terceirona, marcado para o final de julho. Luiz Carlos, de acordo com o dirigente, devolveu o dinheiro aos companheiros que pagaram os R$ 1 mil de sua fiança. O jogador não fará qualquer manifestação.
Injúria racial
Também nesta quinta-feira (30), o Brasil-Fa registrou boletim de ocorrência por duas razões. A primeira é sobre agressões: Marchet afirma que os jogadores foram "alvo de uma emboscada" em Passo Fundo. A segunda é sobre injúria racial. O clube afirma que o atleta Darlan foi xingado de "macaco" e "negão imundo" por torcedores, alguns atletas e até um integrante da Brigada Militar da cidade.
Sobre o jogador Gustavo, acusado pelo Gaúcho-PF de ter cometido injúria racial contra o atleta Erick, o dirigente do Brasil-Far disse:
— Ele nos garantiu que não falou nada. Que seus pais são negros e que ele jamais falaria algo assim. Não tenho por que não acreditar nele.
O presidente do Gaúcho, Guto Ghion Júnior, disse que "repudia com veemência injúria racial e crimes como ameaça de morte com arma de fogo". Segundo ele, porém, nenhum atleta do Brasil-Far "sofreu tal crime, os nossos jogadores foram vítimas, justo que atleta deles foi preso".
— Todos os clubes que vieram jogar aqui foram bem recebidos. É uma pena, fizemos um trabalho enorme para trazer famílias, crianças para o campo. Isso atrapalha quem trabalha sério — declarou.
A Brigada Militar de Passo Fundo não se manifestará sobre o assunto até que seja informada oficialmente sobre a denúncia.