Por onde a reportagem do Grupo RBS circulou em Adelaide neste domingo (23), encontrou gaúchos, seja nas ruas, no hotel da Seleção, ou nos locais do treino e da coletiva oficial da técnica Pia Sundhage. Todos eles jovens, entre 23 e 33 anos, oriundos da Região Metropolitana de Porto Alegre, e que escolheram se mudar para a Austrália em busca de mais qualidade de vida.
Nesta segunda (24), às 8h (horário de Brasília), quando a bola rolar para a estreia da Seleção na Copa do Mundo, contra o Panamá, o Rio Grande do Sul estará fortemente representado nas arquibancadas do Estádio Hindmarsh.
Os primeiros foram os irmãos Gabriel, de 26, e Gustavo Melos, de 23 anos, naturais de Cachoeirinha e que identificaram os microfones da Rádio Gaúcha e da RBS TV em frente ao hotel da Seleção, minutos após a chegada da delegação brasileira a Adelaide.
— Acompanhamos vocês sempre aqui da Austrália. E assistimos a jogos de futebol feminino já há algum tempo. Há dois anos, fomos inclusive a um amistoso entre Brasil e Austrália, em Sydney. Mas muitos australianos ajnda não ligam muito para o futebol. A empolgação para o jogo de amanhã é mesmo dos brasileiros que moram aqui — conta Gabriel, que é carpinteiro e mora há quatro anos no país.
Já o irmão, Gustavo, chegou há apenas um ano para visitar o irmão, e o que era para ser um turismo familiar virou uma viagem sem volta.
— Foi assim mesmo. Vim passar umas semanas com o Gabriel e acabei ficando. Juntos, abrimos uma empresa de churrasco. É bem legal. O pessoal daqui nos contrata e não se preocupa com mais nada. A gente compra a carne, assa e serve — conta.
Segundo ele, o entusiasmo por conta da Copa do Mundo Feminina na Austrália é muito menos do povo local e muito mais dos imigrantes, que correspondem a 25% da população.
Já a barista Katiana Monticelli, 23 anos, mora há quatro na Austrália. Entusiasmada com a Copa, a gaúcha de Gravataí também foi ao hotel da Seleção ver a chegada das atletas e destacou a GZH que, na Austrália, o futebol feminino é mais popular do que o masculino.
— Acho que a Austrália vai brigar forte. Estou confiante no título da Seleção. Mas, se não der Brasil, acho que as australianas são as maiores candidatas — opina.
O porto-alegrense André Oro, 25 anos, mora há um ano na Austrália e trabalha em um mercado em Adelaide. Empolgado com a passagem da Seleção Feminina pela cidade, pediu aos chefes dois dias de folga para assistir ao jogo e tietar as atletas no hotel.
— Tive que pedir folga para estar aqui. Estou muito confiante no título da Seleção. Mas claro que vai ser difícil. Há muitos times fortes, como Suécia, Estados Unidos, Alemanha e Inglaterra. E o futebol é imprevisível. Vimos na Copa Masculina no ano passado, quando Croácia e Marrocos chegaram à semifinal — alerta.
Por fim, Diego Cardoso, 33 anos, e Thais Mayer, 31 anos, procuraram este repórter e a colega Kelly Costa, da RBS TV, nas imediações do Estádio Hindmarsh, pouco antes da entrevista coletiva oficial da técnica Pia Sundhage. Naturais de Porto Alegre, o casal se encantou por Adelaide especialmente pelas semelhanças com a capital gaúcha.
— Acho uma cidade com muitas coisas parecidas com Porto Alegre, especialmente pelo tamanho e pelo clima. E estamos bem empolgados com a Copa, torcendo muito pela seleção. Assistimos ao jogo dos Estados Unidos contra o Vietnã (vitória das americanas por 3 a 0) e, olha, vai ser difícil. As americanas estão muito bem — disse.
Já Diego acredita que a comunidade australiana em Adelaide, aos poucos, está abraçando a Copa do Mundo, ainda que o futebol não esteja entre os esportes mais populares do país.
— A cidade estava quieta no começo. Mas, quando a Austrália estreou (na quinta, contra a Irlanda), vi muito mais movimento no centro da cidade. E nós também estamos empolgados. Fomos inclusive até o aeroporto prestigiar a chegada das atletas do Brasil —, conta.
A previsão é de que Brasil e Panamá, nesta segunda (24), receba um público de aproximadamente 15 mil torcedores, sendo que a torcida brasileira terá ampla maioria. E o sotaque gaúcho será forte nos cânticos e nos gritos de apoio que serão entoados para as atletas do Brasil.