Porto Alegre tem boas chances de voltar a sediar jogos de uma Copa do Mundo. Em entrevista exclusiva à GZH nesta quarta (26), em Brisbane, o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, demonstrou otimismo em relação à candidatura do Brasil para sediar o Mundial Feminino 2027 e confirmou que a Arena do Grêmio e o Beira-Rio foram indicados à Fifa entre os estádios brasileiros aptos a receber partidas da competição. De qualquer forma, uma coisa é certa: se a Copa do Mundo Feminina 2027 for no Brasil, haverá jogos em Porto Alegre.
— Sim, com certeza. Porto Alegre tem dois grandes equipamentos, dois estádios no nível dos melhores do mundo e não poderia estar de fora. Isso é uma certeza. Naquilo que nós indicamos para a Fifa, nós também listamos os dois estádios de Porto Alegre. Mas aí a definição dos estádios será feita pela Fifa após um estudo minucioso de critérios técnicos — declarou Ednaldo, em entrevista concedida durante o treino da Seleção, no Moreton Bay Sports Complex, zona norte de Brisbane.
Desde o início da Copa do Mundo Feminina 2023, Ednaldo esteve com a Seleção Brasileira em Adelaide e Brisbane, assistiu à abertura do Mundial em Auckland, entre Nova Zelândia e Noruega, e também foi a Sydney prestigiar a inauguração da Casa da Conmebol. Em todas essas cidades o dirigente aproveitou para angariar votos para a candidatura do Brasil para a votação que ocorrerá em maio de 2024, com a participação de todas as federações e confederações de futebol do mundo. E demonstrou otimismo.
— Nós estamos trabalhando. Não vamos ficar acomodados, esperando que em maio aconteça a divulgação. Nós estamos pedindo realmente votos e mostrando como é o torcedor brasileiro, a alegria do povo brasileiro em qualquer que seja a região. Nós temos os melhores estádios, temos no mínimo 20 que teriam condições de ser sede. Além disso, seria a primeira Copa do Mundo de futebol feminino no nosso continente. Portanto, com todos esses pré-requisitos, a gente vai disputar com uma condição bem favorável para termos a Copa do Mundo em 2027 no Brasil — completou.
Ednaldo Rodrigues acredita que a realização da Copa do Mundo Feminina no Brasil criaria um legado permanente para o futebol feminino no país.
— Seria um legado positivo em prol das mulheres para que em um futuro possamos ter um futebol feminino em todos os clubes que disputam competições da CBF sem que o dirigente ache isso um sacrifício. O futebol feminino não é um sacrifício, é um investimento que tem que ser feito, assim como eles fazem para ter uma melhor performance dos seus atletas no masculino. Então, o que nós queremos é que a Copa do Mundo seja assim para termos essa mentalidade — finalizou.
Além do Brasil, disputam a condição de sede da Copa do Mundo Feminina 2027 a África do Sul e duas candidaturas conjuntas: uma da Europa, com Bélgica, Holanda e Alemanha, e outra da América do Norte, com Estados Unidos e México.
Confira a íntegra da entrevista exclusiva de Ednaldo Rodrigues a GZH:
Que avaliação o senhor faz da estreia do Brasil na Copa do Mundo Feminina, com goleada de 4 a 0 sobre o Panamá?
Ednaldo: Foi um resultado muito importante que foi conquistado ali, dentro de campo, mas a união e o foco de toda a comissão técnica e atletas fazem com que os jogos fiquem mais fáceis. Isso é o que eu entendi e vi de perto. Há uma união de família na delegação da seleção brasileira.
É melhor momento do futebol feminino brasileiro na história?
Olha, é um compromisso nosso na CBF fortalecer cada vez mais o futebol feminino, não só dentro de campo com as atletas, mas também na gestão, para que tenhamos administradoras do futebol feminino, treinadoras, preparadoras físicas. Portanto, o nosso objetivo é fazer crescer o futebol feminino ainda mais.
O senhor está confiante de que o Brasil irá ser o país-sede da Copa de 2027?
Olha, nós temos os melhores estádios, temos no mínimo 20 estádios que teriam condições de ser sede. Além disso, seria a primeira Copa do Mundo de futebol feminino no nosso continente. Portanto, com todos esses pré-requisitos, a gente vai disputar com uma condição bem favorável para termos a Copa do Mundo 2027 no Brasil. Esse é um dos pontos importantes. Também tem todo um trabalho que está sendo feito não só pela CBF, mas também pelos clubes, que estão fazendo maiores investimentos no futebol feminino para que possamos realmente ter a Copa em 2027.
E quais são os diferenciais do Brasil em comparação com as outras candidaturas?
Seria a primeira Copa do Mundo de futebol feminino no nosso continente. Então, isso são alguns pontos que podem fazer com que a nossa candidatura se torne cada vez mais forte. E nós estamos trabalhando, não vamos ficar acomodados, esperando que em maio aconteça a divulgação. Nós estamos trabalhando, pedindo realmente votos e mostrando como é a alegria do torcedor brasileiro em qualquer que seja a região, em qualquer que seja o local. O torcedor brasileiro passa alegria e energia positiva. Portanto, eu entendo que, com todos esses pré-requisitos, a gente vai estar disputando uma condição bem favorável para termos a Copa do Mundo em 2027.
Que legado a Copa do Mundo 2027 pode proporcionar ao futebol feminino no Brasil?
Seria um legado positivo em prol das mulheres para que em um futuro possamos ter um futebol feminino em todos os clubes que disputam competições da CBF sem que o dirigente ache isso um sacrifício. O futebol feminino não é um sacrifício, é um investimento que tem que ser feito, assim como eles fazem para ter uma melhor performance dos seus atletas no masculino. Então, o que nós queremos é que a Copa do Mundo seja assim para termos essa mentalidade.
Se o Brasil tiver êxito, Porto Alegre será uma das sede da Copa do Mundo?
Sim, com certeza. Porto Alegre tem dois grandes equipamentos, dois estádios no nível dos melhores do mundo e não poderia estar de fora. Isso é uma certeza. Naquilo que nós indicamos para a Fifa, nós também listamos os dois estádios de Porto Alegre. Mas aí a definição dos estádios será feita pela Fifa após um estudo minucioso de critérios técnicos.
Arena do Grêmio ou Beira-Rio? Qual tem mais chance de ser o estádio de Porto Alegre na Copa? E qual será o critério para definir isso?
E agora? (Risos). Isso vai ser com a Fifa, né? Se a gente realmente sediar a Copa, aí a definição dos estádios será feita pela Fifa após um estudo minucioso de critérios técnico.
Se a Copa do Mundo Feminina for no Brasil, a temporada masculina não deve parar. Os estádios escolhidos serão cedidos à Fifa?
Em eventos Fifa, normalmente não pode ter jogos de outras competições. A gente viu isso no Mundial-Sub 20 na Argentina, quando tivemos que jogar em outros estádios (não os mais conhecidos) porque o campeonato local continuou. Por isso, é importante o Brasil ter tantos bons estádios, como é o caso de Porto Alegre e também, por exemplo, de Salvador, que tem tem três estádios, a Fonte Nova, o Barradão e Pituaçu.
O senhor está confiante no título da Seleção Brasileira Feminina nesta Copa do Mundo atual? A distância do Brasil para as seleções consideradas favoritas já é menor?
Olha, a gente entra na competição para participar e ganhar a competição. E se por acaso não atingirmos o objetivo, isso não quer dizer que o trabalho não foi bem feito. O trabalho sim, sempre será bem feito e a gente vê a dedicação das atletas, da comissão técnica. Elas trabalham intensamente e eu tenho absoluta convicção de que elas vão fazer o melhor. Se não vier o título é porque elas fizeram o melhor e chegaram aonde poderiam chegar. Então, eu torço para que a gente possa ter realmente a primeira estrela, mas vamos depender muito também de todo um trabalho que tem daqui para frente. Cada jogo é um foco diferente, cada jogo tem um envolvimento também maior. Mas elas estão muito preparadas para conquistar o título da Copa do Mundo.