Na história da Copas do Mundo Feminina, a presença de jogadoras nascidas no Rio Grande do Sul não é expressiva. Ao longo de oito Mundiais, a partir de 1991, foram apenas oito convocadas em mais de 100 nomes. Para 2023, a zagueira Mônica Hickmann, nascida em Porto Alegre, é a única chamada.
Márcia Tafarel (Bento Gonçalves) - 1991 e 1995
A gaúcha pioneira foi a meia Márcia Tafarel. Nascida em Bento Gonçalves, ela fez carreira no Saad, de São Paulo, e foi convocada para as Copas de 1991 e 1995. Também jogou a Olimpíada de 1996, nos Estados Unidos. Hoje, aos 55 anos, ela coordena um projeto inaugural do departamento de seleções nacionais estendidas da Federação Americana de Futebol, e é a primeira técnica da seleção feminina de futsal do país. Márcia mora nos Estados Unidos desde 2004.
Maravilha (Constantina) e Raquel Noronha (Porto Alegre) - 1999
Na primeira Copa sediada pelos Estados Unidos, em 1999, o técnico Wilsinho chamou duas gaúchas para o torneio: a goleira Maravilha, titular em toda a campanha do terceiro lugar, e a meia Raquel, presente em quatro das seis partidas.
Marlisa Wahlbrink, a Maravilha, nasceu em Constantina, no norte do Estado, em 1973. Ainda pequena, mudou-se para Santa Catarina e ganhou o apelido por morar na cidade de mesmo nome. Fez carreira em vários clubes como Saad, Palmeiras e São Paulo. Também jogou no Grêmio. Foi preparadora de goleiras da CBF e aposentou-se em 2009.
Raquel de Souza Noronha, a Raquel, nasceu em Porto Alegre. Começou no futsal em Canoas e 1996 mudou-se para São Paulo, onde jogou no Sapes e no Santos. Um ano depois, passou a vestir a camisa do São Paulo e no Morumbi fez parte da geração são-paulina que ganhou quase tudo que disputou. Jogou ainda no Vasco.
Daiane Bagé (Bagé) - 2007 e 2011
Daiane Menezes Rodrigues, a Daiane Bagé, nasceu na região da Campanha do Rio Grande do Sul em 1983. Começou no futsal, na Associação Atlética Celeste, em Bagé, e profissionalizou-se no Grêmio em 2001. Ficou no Tricolor por apenas uma temporada e fez carreira de destaque no futebol paulista, passando por São Bernardo, Botucatu e São José. Fez parte da Seleção nas Copas de 2007 e 2011, mas só entrou em campo na última, em três partidas.
Maurine (Rio Grande) - 2011 e 2015
Maurine Dorneles Gonçalves, a Maurine, nasceu no Sul do Estado, em 1986. Começou a jogar futebol com 7 anos e foi revelada pelas categorias de base do Grêmio. Virou profissional aos 15. Em 2006 e 2007 foi destaque no Cepe, de Duque de Caxias-RJ e em 2008 chegou ao Santos, conquistando o bicampeonato da Libertadores. Vestiu a camisa da Seleção entre 2011 e 2017, aposentando-se dos gramados em 2021, aos 35 anos.
Andressinha (Roque Gonzalez) - 2015 e 2019
Nascida na região das Missões, Andressinha começou no Pelotas, em 2009. A partir de 2010, passou a integrar o elenco do Kindermann, de Santa Catarina, onde jogou por seis temporadas. Chegou à Seleção em 2012, atuando em seis partidas nas duas Copas. Passou pelos Estados Unidos, jogando no Portland e no Houston Dash. Voltou ao Brasil onde foi muito bem no Corinthians, conquistando cinco títulos em duas temporadas. Desde 2022 defende o Palmeiras.
Mônica (Porto Alegre) - 2015, 2019 e 2023
A única gaúcha chamada pela técnica Pia Sundhage para a Copa de 2023 vai para seu terceiro Mundial, de forma consecutiva. Nascida em Porto Alegre, em 1987, a zagueira Mônica Hickmann Alves, a Mônica, começou na base do Inter em 2002. Com 19 anos, foi chamada para a Seleção pela primeira vez e no ano seguinte foi jogar na Áustria. Em 2015, foi a primeira jogadora brasileira a atuar pelo Orlando Pride, dos Estados Unidos, clube no qual a atacante Marta joga atualmente, e também foi a primeira brasileira no Adelaide United, da Austrália. Tem contrato atualmente com o Madrid Club de Fútbol Feminino, da Espanha.