A Copa do Mundo de futebol feminino está chegando a sua nona edição, desta vez, realizada na Austrália e Nova Zelândia. É nesse período que as dúvidas começam a surgir: quando aconteceu a primeira edição? Qual foi o país-sede? Quantas equipes participaram? Faltando apenas 50 dias para a competição, GZH traz um compilado dos fatos marcantes e relembra a trajetória da Seleção Brasileira.
1991
A primeira Copa do Mundo Feminina organizada pela Federação Internacional de Futebol Associado (Fifa) ocorreu em 1991, na China. E já nessa edição, a Seleção dos Estados Unidos mostrou a sua força, pois levantou a taça mais desejada e de forma invicta. Ainda de acordo com o Museu do Futebol, foram disputadas 26 partidas e a rede balançou 99 vezes.
E também foi nessa edição que tivemos a primeira equipe de arbitragem inteiramente feminina. O Brasil integrou a equipe e foi representado por Cláudia Vasconcelos, que apitou o jogo entre Suécia e Alemanha, ao lado de Linda Black, da Nova Zelândia, e Zuo Xiudi, da China. A Seleção Brasileira foi eliminada ainda na fase de grupos e terminou na nona colocação.
1995
Quatro anos depois foi a vez da Suécia receber a segunda edição da Copa do Mundo Feminina. Novamente, 12 nações participaram da competição, com 99 gols marcados em 26 partidas. A seleção da Noruega foi a campeã da competição, seguida pela seleção da Alemanha (vice-campeã). Já a Seleção Brasileira, de novo, terminou na nona colocação. Com seis gols, a artilharia ficou com a jogadora norueguesa Arrones. Nesta edição, Formiga, meio-campista brasileira, teve a sua primeira participação em Copas.
1999
Campeã da primeira edição, os Estados Unidos foram escolhidos como sede do torneio mundial. O número de países participantes cresce, passa de 12 para 16 e, por conta disso, foram realizadas 32 partidas. Ao todo, 123 gols foram marcados, tendo a jogadora brasileira Sissi como artilheira, com sete gols, ao lado da chinesa Sun Wen. O Brasil não se destacou apenas na artilharia, mas, como também, conquistou o terceiro lugar, atrás da China (vice-campeã) e Estados Unidos (campeã).
2003
Aqui precisamos voltar um pouco no tempo, mais precisamente, para novembro de 2002, porque foi nesse período que a China viveu uma epidemia de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARs em inglês). Ao todo, 26 países foram atingidos pelo vírus, com 8.098 casos confirmados e 774 vítimas fatais. E foi esse problema de saúde pública que impediu o país asiático de sediar a Copa do Mundo Feminina. Assim, aproveitando a estrutura do último torneio, os Estados Unidos receberam novamente o evento esportivo.
Nesta edição, 16 países participaram e 32 partidas foram disputadas, com 107 gols marcados. E lembra da seleção alemã? Elas bateram na trave em outras edições, mas desta vez, conquistaram o torneio mundial e também a artilharia com Prinz, que marcou sete gols na competição. O segundo lugar ficou com a Suécia e o terceiro com as norte-americanas.
E pela primeira vez, a Seleção Brasileira teve Formiga, Marta e Cristiane. Um trio mágico que marcaria gerações de torcedores brasileiros.
2007
A quinta edição da competição ocorreu na China, contando com 16 nações participantes e 32 partidas disputadas, com 111 gols marcados. A Alemanha levou a taça novamente, mas o que importa mesmo é o desempenho da Seleção Brasileira que foi vice-campeã. A nossa camisa 10, Marta, também conhecida como Rainha do Futebol, foi artilheira (sete gols) da Copa do Mundo e escolhida a “melhor jogadora” do evento.
No ano anterior, em 2006, a jogadora brasileira também tinha recebido o prêmio de “melhor jogadora do mundo”, troféu que ela levaria para casa mais cinco vezes, se tornando a maior vencedora entre as mulheres.
2011
A edição realizada na Alemanha, em 2011, foi o torneio com menos gols marcados, 86 no total. Estaria a competição mais equilibrada? É algo a se pensar. Para além disso, quem brilhou desta vez foi o Japão, primeiro país asiático a conquistar a competição e ainda teve a artilheira, Homare Sawa, com cinco gols. E mais, as japonesas levantaram a taça após vencerem as norte-americanas nos pênaltis. O Brasil havia caído nas quartas de final para os Estados Unidos.
2015
Este foi o ano do boom do futebol feminino e grande parte desse sucesso se deve às redes sociais. Para se ter uma ideia do quão grandioso foi o evento, 20 milhões de visitantes únicos foram registrados na página da Copa do Mundo Feminina, 28 milhões de visualizações no YouTube e, no Twitter, a hashtag #FIFAWWC foi utilizada 9 bilhões de vezes. O Canadá foi o palco desse espetáculo esportivo, que ainda contou com 24 seleções, 52 partidas e 146 gols.
Nesta edição tivemos a reedição da final da Copa do ano anterior, mas desta vez, os Estados Unidos venceram o Japão, tornando-se a primeira equipe tricampeã mundial. Foi aqui também que Marta se tornou a maior artilheira das Copas ao atingir a marca de 15 gols, somando todas as edições em que participou. Além disso, Formiga tornou-se a jogadora mais velha a marcar gols em uma Copa do Mundo. Apesar dos bons números e recordes das atletas brasileiras, a nossa seleção deixou a competição ainda nas oitavas de final ao perder para a Austrália.
2019
Se os números da edição no Canadá já foram impressionantes, em 2019, desta vez tendo a França como país anfitrião, o futebol feminino mostrou que conquistou um espaço que não pode ser mais retirado. Foram 24 nações participantes, 52 partidas em nove estádios, com 146 gols.
A seleção norte-americana foi implacável, pois se tornou a primeira equipe a vencer uma edição invicta, sete jogos e sete vitórias, aplicou a maior goleada das Copas ao marcar 13 gols sobre a Tailândia. E mais, teve Alex Morgan e Megan Rapinoe como artilheiras, ao lado da inglesa Ellen White, com seis gols. Na final, os Estados Unidos venceram a Holanda por 2 a 0.
O Brasil foi eliminado na prorrogação das oitavas de final para a França. Graças a Marta, o torcedor brasileiro teve o que comemorar nesta Copa, pois a atleta se tornou a maior artilheira dos Mundiais, incluindo competições masculinas, ao alcançar a marca de 17 gols.
E lembra dos número incríveis que mencionei? De acordo com a Fifa, a edição francesa foi assistida por mais de 1 bilhão de pessoas. Além disso, a final entre Estados Unidos e Holanda foi a partida da Copa do Mundo Feminina mais assistida de todos os tempos, com uma média de audiência ao vivo de 82,18 milhões.
2023
Estamos prontos para escrever mais esse capítulo do futebol feminino, tendo Austrália e Nova Zelândia como palco.