Quando a bola rolar para Uruguai e Brasil, nesta terça (17), os termômetros de Montevidéu estarão marcando aproximadamente 12 graus. Isto é, 18 a menos do que foi enfrentado em Cuiabá, na semana passada, quando os comandados de Fernando Diniz sofreram com o calor e ficaram apenas com o empate contra a Venezuela.
Com a cabeça mais fria, a Seleção Brasileira buscará retomar a liderança das Eliminatórias diante de uma Celeste em transição de geração e de mentalidade, porém freguês brasileiro há 22 anos. O confronto está marcado para as 21h, no Estádio Centenário.
A última derrota da amarelinha para o Uruguai ocorreu em 1º de julho de 2001. Desde então, em um total de 12 confrontos, a Seleção saiu vitoriosa em sete ocasiões, tendo alcançado também cinco empates. O desempenho resultou em um aproveitamento de 72%, com um total de 28 gols marcados e 13 gols sofridos ao longo desse período.
Nem a vitoriosa geração celeste, de Diego Forlán, Luis Suárez e Edinson Cavani, conseguiu superar o Brasil em encontros por Eliminatórias, Copa América e Copa das Confederações, embora muitas vezes tenham sido confrontos equilibrados.
Duas novidades na escalação
Em Montevidéu, Fernando Diniz tentará melhorar a efetividade da equipe com uma nova oportunidade para Gabriel Jesus. O atacante do Arsenal será titular no lugar de Richarlison, que não conseguiu balançar as redes pela Seleção depois da Copa do Mundo. O técnico aposta na mobilidade de Jesus, que pode proporcionar trocas de posição com Neymar, Vinicius Junior e Rodrygo.
— Eu enxergo o Jesus tanto por dentro quanto por fora ou atrás do 9, é um jogador bastante versátil, já jogou em todas as posições do ataque. A gente pode aproveitá-lo em todas as posições — disse Diniz.
Outra mudança na escalação será de fato uma novidade. O lateral-esquerdo Carlos Augusto, revelado pelo Corinthians e atualmente na Inter de Milão, irá estrear pela Seleção no Centenário. A oportunidade ao jogador de 24 anos surgiu após os cortes de Renan Lodi e Caio Henrique, chamados inicialmente para a posição. Guilherme Arana foi titular contra a Venezuela, mas não teve um bom desempenho.
O frustrante empate com a Venezuela ligou um sinal de alerta no Brasil. O principal é o fato de ter o domínio da partida, com volume ofensivo, mas uma série de oportunidades desperdiçadas. Várias delas foram perdidas por Rodrygo, um dos mais cobrados após a partida.
— A nossa conversa é de sempre tentar melhorar. O Brasil é a maior seleção do mundo, a gente quer ganhar. Por isso temos que trabalhar para não cometer os mesmos erros do jogo passado. Dominar a partida e vencer, sem dar brechas — comentou Rodrygo.
Uruguai em transformação
A não convocação de Luis Suárez é assunto predominante no Uruguai há meses. A falta do ídolo dos charruas foi amenizada com a vitória sobre o Chile, na primeira rodada das Eliminatórias, mas voltou com força diante da derrota para o Equador e empate com a Colômbia, quando o selecionado uruguaio errou muitas oportunidades.
Mesmo assim, embora a pressão de imprensa e torcedores, o técnico Marcelo Bielsa segue convicto de suas ideias de renovação da Celeste, de uma mudança de uma mentalidade mais ofensiva ao time e, principalmente, formação de novas lideranças.
Valverde, titular do Real Madrid, foi eleito o novo capitão da equipe. Nesta data Fifa, ganhou a companhia de Ronald Araújo, zagueiro do Barcelona, outro membro da nova geração de jogadores uruguaios. Darwin Nuñez, atacante do Liverpool, vive de altos e baixos, mas foi importante ao mandar para as redes a cobrança de pênalti nos últimos minutos do confronto com a Colômbia.
Além deles, zagueiro Giménez, suspenso, e o volante Bentancur, lesionado, ainda serão somados ao elenco. Com mais vagas para a Copa do Mundo e margem para teste, dificilmente as convicções de Bielsa serão alteradas.