Não deu. Depois do começo vacilante, com empate com a Suíça — chegando a fazer parte da torcida duvidar que a Seleção que teve, com Tite, uma campanha quase irretocável nas Eliminatórias fosse muito longe na Copa do Mundo da Rússia —, o Brasil avançou. Venceu, convenceu. Deu esperança aos milhões de torcedores animados para, em 2018, chegar ao sonhado hexacampeonato. Até que, diante da Bélgica, a Seleção caiu.
Para comentaristas ouvidos por GaúchaZH, a equipe do Brasil tem méritos, mas não correspondeu às expectativas. O que será da Seleção daqui para frente? Não se poderá dizer que o Brasil não tentou. Nem que fez feio em sua participação no Mundial da Rússia. Mas certamente alguma coisa faltou. E é essa dúvida, "o que faltou?", que vai ter de mobilizar a Seleção até que tenha, em 2022, no Catar, novamente a chance de mostrar se é, realmente, uma das melhores seleções do mundo.
Veja o que funcionou e o que não
funcionou no time de Tite:
O que deu certo
Tite foi coerente na escolha dos jogadores e na organização da Seleção. Nenhuma das opções que o técnico levou à Rússia pode ser tão contestada quanto a não convocação de Romário, Djalminha e Alex em 2002, ou de Leão em 1982, por exemplo.
A opção por jogadores capazes de atuar em mais de uma função também foi elogiada pelos comentaristas. Com isso, Tite criou mais possibilidades de jogo para a Seleção Brasileira, podendo variar o esquema tático e adaptar seus atletas a cada novo adversário.
A capacidade que Tite teve de construir uma defesa sólida, que pouco leva gols, e de construir um time junto com Neymar, e não somente em torno dele, também deu certo.
O que não funcionou
A convocação de jogadores como Taison não agradou a muitos que gostariam de ver Arthur na Seleção.
O compromisso de Tite em jogadores que ele conhece e nos quais confia também foi contestado: com essa atitude, o técnico não teria aberto espaço para novos atletas. Porém, há tempo para mudar isso nos próximos anos, caso Tite continue no comando.
Quais jogadores têm futuro em 2022
Com atuações destacadas, Neymar e Philippe Coutinho — que terão, respectivamente, 30 e 29 anos — têm lugar praticamente garantido na próxima Copa. Casemiro e Roberto Firmino, que também mostraram bom futebol durante a competição e terão os mesmos 30 anos de Neymar, têm futuro no Catar 2022.
Para quem acabou o ciclo
O Brasil chegou com uma boa geração na Copa de 2018, mas alguns jogadores não deverão mais estar atuando em alto nível no Mundial de 2022. Pela idade, o volante Fernandinho, os zagueiros Thiago Silva e Miranda — todos, hoje, com 33 anos — devem ter feito, na Rússia, a sua última Copa. Geromel, Filipe Luís e Cássio também já passaram dos 30 anos e são convocações improváveis para a próxima disputa.
Não pela idade, mas pela convocação contestada, Fred e Taison, a não ser que mostrem um futebol de maior destaque nos próximos anos, possivelmente devem ficar de fora.
Tite deve continuar?
O comando de Tite não foi posto à prova pelos comentaristas ouvidos por GaúchaZH. O técnico pode não ter atingido as expectativas depositadas sobre ele, mas não passou por nenhum vexame, como o Brasil de Felipão em 2014, ou campanhas ruins, como a Seleção de Dunga. A queda nas quartas de final pode ter ficado abaixo do que queriam os brasileiros, mas Tite tem capacidade e apoio da torcida para seguir no comando da equipe.