Quando o sorteio definiu os grupos e o calendário da Copa do Mundo, o fã de futebol ficou com um certo gosto amargo por conta da partida de abertura — um jogo de pouca expressão entre Rússia e Arábia Saudita. Na quinta, os donos da casa recebem os sauditas às 12h, no Estádio Luzhniki, e dão a largada para o Mundial.
Saiba o que esperar do jogo
É Copa, não importa quem joga
A verdade é que todo mundo esperou quatro anos pelo Mundial. Ninguém se importa com a qualidade do jogo ou a tradição das seleções, claro que todos os fãs de futebol vão assistir à partida e vibrar com o início da Copa. O fato de a Rússia ser uma certeza no jogo de abertura não ajudou muito, comparando com seleções de aberturas anteriores, como Alemanha (2006) e Brasil (2014). Mas em 2010, por exemplo, África do Sul e México empataram em 1 a 1. O jogo não era entre favoritos, mas o clima do país-sede estreando sempre é válido.
Como a Rússia chega
Os donos da casa não chegam ao Mundial com muita confiança. Na Eurocopa 2016, o time empatou com a Inglaterra, perdeu para Eslováquia e País de Gales, ficou em último no grupo e teve a segunda pior campanha de todo o torneio.
Na Copa das Confederações do ano passado, em casa, a Rússia até estreou bem ao vencer a Nova Zelândia, mas depois perdeu para Portugal e México e acabou eliminada ainda na fase de grupos. Como não disputou as Eliminatórias europeias, o parâmetro não é dos mais positivos.
O técnico é Stanislav Tchertchesov, que assumiu a equipe depois da Euro. O treinador decidiu estabelecer um sistema que prioriza a defesa, com a recorrente primeira linha de cinco jogadores — o esquema adotado nos últimos jogos tem sido o 5-3-1-1. Para completar a desconfiança sobre o time, três titulares sofreram lesões: Vasin, Dzhikiya e Kokorin.
Presença de um ex-gremista
O lateral-direito titular da seleção russa é um ex-gremista. Mário Fernandes, revelado no Olímpico e que joga no CSKA Moscou desde 2012, conseguiu se naturalizar e faz parte da seleção russa desde o ano passado. Na Copa, usará a camisa 2.
Provável escalação da Rússia
Akinfeev; Mário Fernandes, Granat, Ignashevich e Kudryashov; Zobnin, Golovin, Zhirkov e Samedov; Miranchuk; Smolov.
Como a Arábia Saudita chega
A Arábia Saudita não chegou às Eliminatórias asiáticas como favorita, porque estava na mesma chave de Japão e Austrália na fase final. Contudo, conseguiu superar os australianos no saldo de gols e ficou com a vaga direta — o país dos cangurus ainda conseguiu a vaga posterior na repescagem.
Mas a classificação surpreendente não assegurou a permanência do treinador. Bert van Marwijk foi demitido e deu lugar ao ex-são-paulino Edgardo Bauza, que ficou apenas dois meses no cargo antes de também ser demitido. O comandante no Mundial é Juan Antonio Pizzi, argentino naturalizado espanhol. Campeão da Copa América Centenário com o Chile em 2016, Pizzi tentou estabelecer um esquema com mais toque e posse de bola.
Parceria polêmica
A federação saudita firmou uma parceria com a liga espanhola para o intercâmbio de jogadores. Mas a concorrência interna nos elencos fez com que alguns dos principais atletas do país, como Salem Al-Dawsari, Fahad Al-Muwallad e Yahia Al-Shehri, chegassem ao Mundial sem ritmo.
Provável escalação da Arábia Saudita
Al-Mosailem; Al-Shahrani, Omar Hawsari, Osama Hawsari e Al-Harbi; Otayf, Al-Jassam, Al-Shehri, Al-Muwallad e Al-Dawsari; Al-Sahlawi.
O histórico das aberturas
1930
França 4x1 México
Estados Unidos 3x0 Bélgica
1934
Não houve jogo de abertura (todas as partidas da primeira rodada, eliminatória, foram no mesmo horário)
1938
Não houve jogo de abertura (cinco das partidas da primeira rodada, eliminatória, foram no mesmo horário)
1950
Brasil 4x0 México
1954
Brasil 5x0 México
1958
Suécia 3x0 México
1962
Não houve jogo de abertura (quatro partidas foram disputadas ao mesmo tempo)
1966
Inglaterra 0x0 Uruguai
1970
México 0x0 União Soviética
1974
Brasil 0x0 Iugoslávia
1978
Alemanha 0x0 Polônia
1982
Argentina 0x1 Bélgica
1986
Itália 1x1 Bulgária
1990
Argentina 0x1 Camarões
1994
Alemanha 1x0 Bolívia
1998
Brasil 2x1 Escócia
2002
França 0x1 Senegal
2006
Alemanha 4x2 Costa Rica
2010
África do Sul 1x1 México
2014
Brasil 3x1 Croácia