Dorival Júnior apareceu na sala de entrevistas do Pacaembu disposto a valorizar os jogadores do São Paulo. Não só pelo empate diante da Chapecoense, alcançado após o adversário fazer 2 a 0, mas pela postura de jogadores jovens vindos da base, como Araruna, meio-campista improvisado na lateral direita e que saiu no intervalo após ser muito vaiado pela torcida.
— Ele acabou de voltar de lesão, sentiu demais no sábado, e hoje também. Precisamos ter calma e paciência. Torcedor sabe que ele tem qualidade, é questão de tempo. Ele errou, mas apareceu, procurou estar próximo. Jogador mostra personalidade em momentos assim, complicados. Precisamos ter calma e tranquilidade com esses jogadores promissores — disse Dorival, citando ainda Shaylon, titular na vaga de Cueva, que está com a seleção peruana, e Lucas Fernandes, que entrou bem no segundo tempo.
— É muito difícil achar alguém que se assemelha a um grande jogador como Cueva. Mas Lucas e Shaylon não se omitiram, tentaram criar, ser importantes, e são muito jovens ainda. Tiveram muita coragem, vigor e participaram, sem se omitir. Lucas entrou muito bem, movimentando, querendo participar, estar como opção sempre, aparecendo. Daqui a pouco, com mais jogos, mostrarão condição. Prometem muito e precisamos valorizar. Cueva vive grande momento, e nos fará falta, mas temos de buscar soluções no plantel.
Nesse espírito de valorização, o elogio do técnico é geral. O treinador admitiu que a equipe sofreu com suas próprias ações no primeiro tempo, detectando ansiedade em seus comandados. Mas gostou muito da organização no segundo tempo, mesmo depois de a Chapecoense fazer 2 a 0, aos 14 minutos da etapa final, com Reinaldo convertendo pênalti.
— Precisamos valorizar esse time. Pela circunstância da partida, o poder de reação precisa ser reconhecido. Não deixamos de tentar criar. Mesmo em noite em que coisas não fluíram, equipe quis o resultado, buscou, não se omitiu, e mereceu empate. Com mais tempo, poderíamos consolidar mais uma virada, como já fizemos — indicou.
— Vi muito mais coisas boas do que negativas hoje no São Paulo. Houve ansiedade no primeiro tempo, espaçando equipe, perdendo movimentação para buscar o gol. A Chapecoense teve méritos, tem jogadores de nível. Na segunda etapa, voltamos a ter paciência, ímpeto. Foi na base da luta. Quando estávamos em cima, sofremos o segundo gol. Foram dois lances cirúrgicos, decisivos e competentes em que a Chapecoense saiu na frente. Valorizo o que os jogadores do São Paulo fizeram.