O ano letivo está acabando e muitas escolas privadas já têm encaminhado às famílias a lista de materiais escolares previstos para 2025.
Para evitar um primeiro semestre no vermelho, Wendy Carraro, professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) especialista em educação financeira, dá dicas sobre como gastar menos neste momento.
Em comum entre todas está a importância do planejamento.
Consumo consciente
Assim que a lista chega, a primeira coisa a se fazer é verificar o que o estudante já tem e já deixar preparado.
— Tem muito material que pode ser reaproveitado, seja mochila, estojo, cadernos. “Ah, vou aproveitar este caderno, porque não usei tudo”. Com o tempo se torna algo automático, mas é algo que temos que trabalhar: o consumo consciente — destaca Wendy.
De olho nos descontos
Analisando a lista com antecedência, dá tempo de pesquisar os preços dos materiais e acompanhar eventuais promoções, como a Black Friday e as de Natal, por exemplo.
— Como não é uma época em que as pessoas compram material escolar, pode ser uma hora de queima de estoques e os preços podem estar menores — observa a professora.
Para saber se um artigo está de fato em promoção, as famílias podem lançar mão de informações contidas em pesquisas do Procon divulgadas regularmente, que, mesmo sendo de outros períodos, já servem de base.
Sites como Amazon, Americanas e Mercado Livre têm páginas especiais com materiais escolares e educacionais que podem facilitar a pesquisa de preço. Aplicativos de desconto, cartões fidelidade de supermercados e cartões de crédito que acumulam pontos também podem oferecer redução nos valores ou cashback.
Outra possibilidade de economia é pedir materiais escolares de Natal, para que os parentes da criança também contribuam com a lista.
Grupos de pais
Criticados por tantas famílias, os grupos de pais de crianças matriculadas em determinada turma ou escola podem ser uma boa saída para reduzir os valores gastos com a lista. O motivo é que, se a compra de materiais for em maior quantidade, é possível comprar em atacados, por exemplo, que oferecem descontos.
Esses grupos também servem para comprar uniformes e livros de um ano para o outro, de alunos que já não precisarão mais deles. Por serem itens de segunda mão, os valores tendem a ser mais baixos. Com relação a livros literários, Wendy dá outra dica: quando já pertencem ao domínio público, o que costuma acontecer de 50 a 100 anos após a morte do autor, as obras podem ser obtidas de forma gratuita na internet em sua versão digital.
Envolver a criançada
Trazer os filhos para perto do processo de compra do material escolar é importante, independentemente da idade deles, alerta a professora, que percebe os efeitos da educação financeira em seus próprios filhos.
— Às vezes, a gente quer dar tudo para aquela criança ou aquele jovem, e não é que a gente não possa, mas é importante cuidar para não criar uma compulsão por compra de coisas que não são tão necessárias. É importante fazer uma limitação do dinheiro destinado para evitar a compra por impulso — recomenda Wendy, sugerindo que pode haver uma negociação para que o filho utilize parte da mesada quando quiser comprar algo extra ou mais caro.
A inteligência artificial pode ajudar a manter as comprar dentro do orçamento, conforme a docente. Em recursos de texto com o ChatGPT ou o do WhatsApp é possível definir, por exemplo, o quanto se planeja gastar e, conforme as compras são feitas, o modelo de linguagem informa quanto de dinheiro ainda resta.