Ainda não há nova data para realização do Concurso Nacional Unificado, conforme o governo federal. O anúncio oficial do adiamento das provas em todo o país foi feito nesta sexta-feira (3), no Palácio do Planalto, pela ministra Esther Dweck, titular do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), e pelo ministro-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência, Paulo Pimenta, em entrevista coletiva à imprensa.
— Esperávamos garantir a realização das provas no domingo, seguindo o cronograma, mas o cenário da região Sul foi se agravando a cada hora. Percebemos que estamos diante de uma situação sem precedentes — afirma a ministra Esther.
De acordo com a ministra, a decisão busca preservar as condições de participação do concurso em todo o país, garantindo que todos os brasileiros possam fazer a prova nas mesmas condições. Na ocasião, o Ministério da Gestão, a Advocacia-Geral da União, a Defensoria Pública da União e a Procuradoria do Estado do Rio Grande do Sul assinaram um termo de acordo com o adiamento da prova.
— Chegamos à conclusão que é a solução mais segura para todos. Seria impossível realizar a prova no Rio Grande do Sul, seja pelos locais de prova afetados, pela falta de segurança na realização das provas, ou pelo risco de vida das pessoas envolvidas no processo. Nosso objetivo principal é democratizar o acesso ao concurso — destaca.
Os custos do adiamento ainda estão sendo levantados. O Ministério da Gestão gastou R$ 160 milhões com a contratação da Fundação Cesgranrio, banca responsável pelo concurso. A ministra disse não ser possível prever qual será o novo valor, que vai sair do Orçamento da União. Pela manhã, Pimenta havia dito em entrevista ao CanalGov que a estimativa de gasto com a suspensão era de R$ 50 milhões.
Conforme a ministra, as provas já haviam sido encaminhadas para 65% das cidades onde o concurso ocorreria. Somente para a logística da aplicação das provas no Estado, estavam sendo mobilizadas 20 mil pessoas, de acordo com Esther Dweck.
Ela diz que a decisão sobre a data ainda não pode ser tomada, por conta das incertezas em relação à logística para aplicação das provas, devido à instabilidade do cenário climático no RS e em Santa Catarina. Os ministros também se solidarizaram com as vítimas.
Eles reforçaram que o foco do governo, no momento, é garantir o resgate das pessoas atingidas pela enchente, fornecer apoio humanitário às famílias desabrigadas e promover o restabelecimento das atividades e serviços que foram interrompidos por conta dos estragos.
Dificuldades de acesso
Cerca de seis mil candidatos no Estado estão em municípios em situação de emergência ou sem acesso às cidades onde haverá prova, por conta dos bloqueios e estragos da chuva, conforme anunciado por Pimenta nesta sexta-feira (3) pela manhã. O Rio Grande do Sul conta com 80 mil inscritos na seleção que, no total, conta com 2,1 milhões de candidatos.
As avaliações, divididas em oito blocos, seriam aplicadas no próximo domingo (5) em 228 cidades no Brasil. No RS, o concurso ocorreria em Bagé, Caxias do Sul, Farroupilha, Passo Fundo, Pelotas, Porto Alegre, Santa Cruz do Sul, Santa Maria, Santo Ângelo e Uruguaiana.