Com um novo formato, ocorre até sexta-feira (9) o primeiro ciclo dos Estudos de Recuperação Contínua nas escolas estaduais gaúchas. Diferentemente da edição realizada em fevereiro, a nova roupagem da atividade prevê chances trimestrais de melhorar a nota para aqueles que não tiverem alcançado média 6. A mudança divide opiniões de estudantes e professores.
As atividades, que envolvem revisão dos conteúdos e realização de novas avaliações, serão aplicadas em três períodos: de 1º a 9 de junho, de 4 a 15 de setembro e de 7 a 15 de dezembro.
No início de 2023, a primeira edição dos Estudos de Recuperação gerou polêmica, por ser voltada para, além de alunos com média inferior a 6, aqueles que não estiveram presentes em, pelo menos, 75% das aulas, frequência mínima prevista na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB). Obtendo nota 5 na avaliação realizada em fevereiro, eram aprovados. Com isso, 48% dos 107.475 estudantes que fizeram a recuperação passaram de ano.
Com a mudança, a opção foi por instrumentos que permitam ao aluno recuperar a nota durante o ano letivo, e não depois de seu término. A orientação é que os professores apliquem atividades para estudantes que concluíram o trimestre com nota inferior a 6 ou que não consolidaram as aprendizagens propostas. Caso a nota baixa seja mantida mesmo após a nova chance, o docente deve oferecer atividades complementares que desenvolvam as habilidades essenciais.
Segundo Marcelo Jerônimo, subsecretário de Desenvolvimento da Educação da Secretaria Estadual de Educação (Seduc), a ideia é que não se tenha, como aconteceu em dezembro de 2022, dados alarmantes de reprovação identificados somente no final do ano.
— As melhores práticas em educação recomendam a recuperação como um ato contínuo. Por isso, a ideia é que, ao longo do ano, a recuperação aconteça. Se o professor perceber que o aluno não desenvolveu aquela habilidade, que faça a recuperação, e que, se a nota mostrar que segue sem ter desenvolvido, que seja feito um trabalho mais direcionado, seguindo assim até o último trimestre — explica Jerônimo.
A expectativa da Seduc é de que, com as avaliações e as recuperações feitas de forma contínua, o professor consiga identificar mais rapidamente a defasagem de um estudante e, a partir disso, pense em propostas de atividades.
— Estamos vindo de um momento complexo, com fortes impactos da pandemia, e precisamos estar sempre atentos aos reflexos. É por isso que desenhamos esse programa. Precisamos ter um olhar contínuo para esse aluno — pontua o subsecretário.
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