A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) decidiu, na manhã desta sexta-feira (23), usar notas dos últimos quatro anos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e de vestibulares anteriores para ingresso de estudantes no ano letivo de 2021, previsto para começar em agosto.
O parecer saiu em votação do plenário do Conselho Universitário (Consun), grupo de 77 membros que representam professores, servidores e alunos da universidade, incluindo o reitor, Carlos André Bulhões, e a vice-reitora, Patrícia Pranke.
Agora, o documento irá para a Comissão de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) para definição das datas de inscrição e de início das aulas, previstas para agosto.
Como deve ser
A proposta prevê que o vestibular da UFRGS seja dividido em duas partes. Para ingresso em 2021/1, os estudantes podem usar as notas dos vestibulares e/ou Enem de 2017 a 2020, cujos resultados produzirão uma média que a universidade chama de "índice de concorrência".
Para formar a nota do candidato que usar as provas dos Enems de 2017 a 2020, a UFRGS usará um cálculo resultante de uma complicada fórmula matemática. Ela levará em conta as cinco notas das provas objetivas e da Redação para cada edição do exame que o candidato participou – caso o vestibulando não tenha feito quatro provas, o cálculo é ajustado, sem prejuízo. A universidade afirma que o cálculo incluirá as diferenças das notas de cada Enem, cuja média varia anualmente.
Para formar a nota do candidato que usar as notas dos vestibulares de 2017 a 2020, a UFRGS calculará a média com base nas notas em cada prova, de cada ano. A análise levará em conta os escores padronizados em cada prova.
Para 2021/2, com previsão de início em 2022, a UFRGS faria um vestibular presencial no próximo semestre, se a pandemia melhorar. Caso contrário, manteria os critérios anteriores e utilizaria a nota do Enem deste ano, uma opção para quem nunca realizou nenhuma das duas provas.
A seleção alternativa seria para 3.980 vagas (70% do total da instituição) – as outras 1.691 (30% restantes) serão destinadas, como de praxe, ao Sistema de Seleção Unificada (Sisu).
Candidatos que queiram entrar em Música realizarão prova específica a distância.
— Acabamos de ver a disposição desse conselho universitário de vir em encontro aos anseios da comunidade interna e externa. Não há a mínima necessidade de jogar o Conselho Universitário contra a opinião pública e de termos na universidade desrespeito ao Conselho — afirmou Celso Loureiro Chaves, decano do Conselho, após o resultado da votação.