O secretário municipal de Educação, Adriano Naves de Brito, espera que o número de escolas abertas e de alunos atendidos aumente significativamente ao longo da semana em Porto Alegre. Na manhã desta segunda-feira (19), 76% das escolas municipais seguiam fechadas. Segundo o secretário, a tendência é de que as instituições consigam se organizar para a reabertura:
— A semana passada foi uma semana cheia de feriados, e isso também atrapalhou. Acho que nós avançamos. Mesmo em uma situação complicada, inclusive com movimento de greve, meu sentimento pessoal é de que iremos para uma semana de crescimento dos alunos. É importante que os pais conversem com as escolas para que entendam a importância de levar os filhos.
Conforme o titular da pasta, todas as escolas receberam recursos, equipamentos de proteção individual e informações a respeito dos protocolos necessários para a reabertura diante da pandemia de coronavírus. Assim, a não ser em casos específicos que estão sendo tratados, a maioria é obrigada a reabrir.
— Não se trata de uma sensação do diretor. Nós não fechamos escolas por causa de sensação, mas sim por determinação da autoridade sanitária. Essa determinação foi suspensa, então, nossa obrigação é retornar. É simples assim. Eu compreendo o medo, mas não tem nada a ver com a decisão deles (diretores) — afirmou.
As escolas que não retomarem as atividades deverão justificar o motivo à Secretaria Municipal de Educação (Smed). Se isso não ocorrer, a responsabilidade direta é dos diretores, no entendimento de Brito:
— Estou responsabilizando e seguirei responsabilizando os diretores pela não abertura injustificada das escolas, porque elas têm que ficar à disposição da população. Se porventura um diretor recebeu recursos regularmente ao longo dos últimos trimestres e não providenciou alguma manutenção em sua escola, ele é responsável por isso.
Segundo o secretário, os diretores que não abriram as instituições na semana passada estão sendo notificados pela pasta e estarão sujeitos a procedimentos administrativos.
Sindicato pede mais segurança
O Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa) afirma que são necessários mais protocolos e estudos que garantam a segurança de professores e alunos, além de testagem constante. Na última semana, servidores da educação municipal aprovaram uma "greve sanitária".
— A prefeitura quer jogar a responsabilidade para as direções das escolas, enquanto têm que sair do governo municipal as orientações, treinamentos e protocolos que garantam a saúde e a vida. Não pode ser um protocolo de achismo. Não há nenhum estudo dizendo que essas crianças não vão se contaminar e levar para casa. Os grevistas não estão dizendo que não querem trabalhar, mas querem trabalhar de forma segura, e por isso a opção de seguir com o trabalho remoto — diz o diretor-geral do Simpa João Ezequiel da Silva.