Em uma assembleia realizada nesta terça-feira (13), servidores da educação municipal aprovaram uma "greve sanitária" a partir de segunda-feira (19). Na presença de mais de 700 trabalhadores, a medida foi tomada contra a retomada das atividades presenciais na escola. De acordo com a diretora do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), Roselia Siviero, a ideia é que os profissionais sigam trabalhando, desde que de forma remota.
— A nossa greve sanitária é por condições de trabalho. (...) Nossas escolas estão todas em periferias. Não é como essas escolas que tu lida que colocam até tapete (de higienização). Como que tu vai garantir sabonete, álcool gel, o acolhimento às crianças doentes. Todos os relatos de covid-19, quando precisamos, o posto de saúde não atendeu — afirmou Roselia.
De acordo com ela, mesmo que o prefeito Nelson Marchezan tenha colocado dinheiro na educação municipal para que os protocolos sanitários sejam cumpridos, ainda há uma burocracia que deve ser respeitada para que o montante seja utilizado.
— Existe todo um projeto para fazer uso desse dinheiro, não pode sair e gastar — disse.
Segundo Siviero, até agora existem 43 atas de diferentes escolas contra a volta das aulas presenciais. Além disso, ela lembra que nem todas as escolas têm internet, o que impede que o conteúdo seja transmitido digitalmente de forma equânime em todas as instituições.
— Abriram bares, restaurantes. Mas manter uma criança ou um adolescente por quatro horas dentro de uma sala de aula é muito diferente — finalizou.
GZH aguarda posicionamento da prefeitura municipal de Porto Alegre.