Já está para completar um ano do incêndio que destruiu um dos pavilhões da Escola Estadual de Ensino Fundamental João Barbosa, no bairro Universal, em Viamão, e até hoje alunos, professores e funcionários vivem no improviso. O fogo consumiu quatro salas de aula, a sala de informática com 20 computadores, secretaria e a sala da direção. Para voltar às aulas, um mutirão que envolveu pais, alunos e professores foi organizado dias após o incêndio. Mesmo assim, a instituição ainda precisou funcionar 15 dias sem luz.
A escola com 300 alunos e 24 funcionários tem três pavilhões _ dois de amianto, construídos provisoriamente nos anos 1990, e outro de alvenaria _, além de um galpão de madeira que foi transformado em sala de aula. Os prédios estão em um terreno em processo de usucapião.
A direção e a supervisão estão funcionando dentro da biblioteca, que foi desativada. Alunos do 1º e 2º ano foram parar na antiga sala de professores, e os do 9º ano, uma turma com 22 adolescentes, no galpão aos fundos da escola. O abrigo de madeira tem apenas uma porta e uma janela. A fiação está totalmente exposta. Dois ventiladores de chão tentam amenizar o calor dentro do espaço, que coletivamente é definido pelos estudantes como "muito quente".
A diretora Virgéria César Custódio conta que, quando chove, não há atividades externas. Os jovens que estudam no galpão precisam enfrentar a chuva e o barro para chegar na sala, pois não há calçamento nem cobertura. Não há quadra de esportes, apenas um piso de concreto no pátio. Para uso coletivo, apenas dois banheiros e um pequeno refeitório.
As poucas melhorias empregadas nos últimos anos só foram possíveis graças ao apoio de um grupo de pais.
— Só conseguimos fazer pequenas reformas, muitas delas executadas pela própria comunidade — disse.
Seduc promete obras
A Seduc informou que duas obras estão programadas para o educandário: a construção de um novo sistema de esgoto no valor de R$ 40 mil e a reforma geral do prédio com orçamento previsto de R$ 150 mil. A primeira está em fase de contratação, a segunda, que será executada com recursos do BIRD, está aguardando vistoria da 28ª Coordenadoria Regional de Obras Públicas (CROP).
Quanto à reconstrução de quatro salas atingidas pelo incêndio, disse que o projeto para execução do serviço ainda está em análise no Comitê Gestor de Obras. Para a recuperação dos materiais perdidos, a Seduc afirma já ter disponibilizado, logo após o ocorrido, R$ 140 mil. Não foram definidos prazos.