Com um projeto para desenvolver um filme plástico biodegradável a partir do resíduo agroindustrial do maracujá, capaz de substituir as embalagens de mudas de plantas, a estudante gaúcha do campus de Osório do Instituto Federal de Educação do Rio Grande do Sul (IFRS) Juliana Davoglio Estradioto, 18 anos, tirou o primeiro lugar na categoria Ensino Médio da 29ª edição do Prêmio Jovem Cientista. Os vencedores foram conhecidos nesta terça-feira (30), em anúncio feito na sede do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq), em Brasília. Em dezembro, os jovens cientistas receberão as honrarias pela premiação no Palácio do Planalto.
A aluna explica que duas motivações a levaram a desenvolver o trabalho: o excesso de restos orgânicos gerados pelo cultivo do maracujá amarelo, causando acúmulo de lixo e contaminação do solo, da água e do lençol freático e o impacto da produção mundial de plásticos no ambiente.
— Prêmios como esses servem de incentivo para os jovens que pretendem fazer pesquisas no Ensino Médio. É indescritível o sentimento — comentou Juliana, que pretende seguir a carreira de Engenheira Química.
A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) também foi destaque entre os premiados, tirando o primeiro lugar na categoria de Mérito Institucional para o Ensino Superior, por ter o maior número de alunos que inscreveram trabalhos qualificados com mérito científico para o prêmio.
Buscando projetos que abordassem temas como agricultura familiar, restauração florestal, tecnologias de gestão e economia criativa, mudanças climáticas, inclusão digital, entre outros, o Prêmio recebeu mais de 1.550 inscrições, incluindo instituições e estudantes de todo o país. O Prêmio Jovem Cientista contempla as seguintes categorias: Mestre e Doutor, Ensino Superior, Mérito Científico (dedicado a cientistas de destaque em áreas relacionadas ao tema da edição) e Mérito Institucional (para instituições dos ensinos Médio e Superior com o maior número de trabalhos qualificados).
Entre os vencedores também estão estudantes, pesquisadores e instituições de ensino de Alagoas, Pernambuco, Pará, São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Ceará e Amazonas.
Na categoria Mestre e Doutor, os vencedores recebem R$ 35 mil (1º lugar); R$ 25 mil (2º lugar) e R$ 18 mil (3º lugar) e uma viagem ao Reino Unido para a visita Science Tour in the UK. Para estudantes do Ensino Superior, os valores são de R$ 18 mil (1º lugar), R$ 15 mil (2º lugar) e R$ 12 mil (3º lugar).
Estudantes do Ensino Médio em 1º, 2º e 3º lugares recebem um laptop. No Mérito Institucional, serão pagos R$ 40 mil para cada uma das duas instituições que tiverem o maior número de trabalhos qualificados. O pesquisador indicado para o Mérito Científico receberá R$ 40 mil. Além da premiação relacionada, todos os agraciados recebem bolsas de estudo do CNPq, nas modalidades de iniciação científica até o pós-doutorado.
Veja os vencedores por categoria
- Mestre e Doutor: João Vitor Campos e Silva, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).
- Ensino Superior: Célio Henrique Rocha Moura , da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
- Ensino Médio: Juliana Davoglio Estradioto, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS), campus Osório
- Mérito Científico: Vera Lúcia Imperatriz-Fonseca, do Instituto Tecnológico Vale Desenvolvimento Sustentável, em Belém (PA).
- Mérito Institucional, categoria Ensino Médio: Escola Técnica Polivalente de Americana (SP).
- Mérito Institucional, categoria Ensino Superior: Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)