O dólar fechou a sexta-feira (20) cotado a R$ 6,07, uma queda expressiva em relação ao pico de R$ 6,30 registrado no dia anterior. Ao longo da semana, intervenções do Banco Central e o fim da votação no Congresso dos projetos do pacote de corte de gastos do governo federal ajudaram a aliviar a pressão sobre a moeda norte-americana.
Na segunda (16) e terça-feira (17), houve sequência de quebra de recordes nominais, com fechamentos em R$ 6,09. No dia seguinte, novo valor máximo de fechamento, em R$ 6,26, com a incerteza da votação dos projetos de ajuste fiscal e a redução de 0,25 ponto percentual de juros pelo Federal Reserve (banco central norte-americano) nos Estados Unidos.
A situação foi agravada na manhã de quinta (19), quando a moeda atingiu a casa dos R$ 6,30. No entanto, recuou, fechando em R$ 6,12 após intervenção de US$ 8 bilhões do Banco Central (BC) no mercado, a maior diária à vista da série histórica, iniciada em 1999, quando foi adotado o câmbio flutuante, conforme a colunista de Zero Hora Marta Sfredo.
No mesmo dia, uma coletiva de imprensa com a participação do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, e seu futuro substituto, Gabriel Galípolo, também ajudou a arrefecer a alta da moeda.
Na ocasião Galípolo, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disse que a alta do dólar não está associada a ataque especulativo.
Soma-se a isso o avanço dos projetos que compõem o pacote de cortes de gastos do governo federal no Congresso, aprovados na Câmara e no Senado, e a injeção de cerca de US$ 23 bilhões acumulada em seis dias pelo Banco Central (BC), conforme a colunista Marta Sfredo.
Nesta sexta, a mínima chegou a R$ 6,048 após a publicação de um vídeo de Lula com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e Galípolo, que assume o BC a partir deste sábado (21).
— Quero que você saiba que jamais, jamais haverá da parte da presidência qualquer interferência no trabalho que você tem que fazer no Banco Central — disse o presidente a Galípolo, destacando a autonomia do BC e mencionando a possibilidade de novas medidas de ajuste de gastos.