Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam que o Rio Grande do Sul tem mais homens morando sozinhos, população com idade acima dos 60 anos e pessoas que se declaram pretas. O estudo foi divulgado nesta sexta-feira (20).
Conforme o levantamento, há mais pessoas se declarando pretas e menos se declarando brancas no Estado. Entre 2012 e 2023, o número de gaúchos que se declaram pretos aumentou de 5,3% para 7,6%. Os pardos também aumentaram, passando de 11,3% para 15,9%. Já o número de brancos caiu de 83,1% para 76,1%, uma redução de sete pontos porcentuais.
O movimento acompanha o que ocorre no Brasil, onde o número de pessoas autodeclaradas pretas subiu de 7,4% em 2012 para 10,6% em 2023, repetindo o patamar observado em 2022. A nível nacional, o percentual da população que se declarava de cor ou raça branca caiu 3,9 pontos percentuais, passando de 46,3%, em 2012, para 42,4%, em 2023, o menor percentual da série.
Mais homens morando sozinhos
A pesquisa também aponta que mais pessoas estão morando sozinhas no RS. Em 2012, os chamados domicílios unipessoais representavam 14,8% do total. Em 2023, passaram a representar 20,6% do total, ou seja, um a cada cinco lares do Estado.
A variação mais expressiva ocorre entre os lares unipessoais de homens, que passaram de 10,7% em 2012 para 21,5% em 2023. Já entre as mulheres que moram sozinhas ocorreu o inverso, passando de 21,6% em 2012 para 19,8% no ano passado. No Brasil, os chamados domicílios unipessoais que eram 12,2% há doze anos, em 2023, passaram a representar 18% do total.
Composição domiciliar
Os lares ocupados por famílias no RS reduziram, embora o arranjo domiciliar da maioria dos gaúchos siga sendo a nuclear, ou seja, lares ocupados por um único núcleo formado pelo casal, com ou sem filhos ou enteados. Esses domicílios representam 66,8% do total no Rio Grande do Sul. Em 2012 eram 70,2%. Também entram na conta das unidades nucleares (compostas por mãe com filhos ou pai com filhos, as chamadas monoparentais).
As chamadas unidades domésticas estendidas, compostas por pessoa responsável com pelo menos um parente, formando uma família que não se enquadre em um dos tipos descritos como nuclear, também tiveram queda no RS. Em 2012, representavam 13,9% do total. Já em 2023, somam 11,4%.
Os lares compostos, ocupados por pessoas sem parentesco, mantiveram o mesmo patamar que em 2012 no RS, com 1,1%. Já a nível nacional, houve queda de 1,6% para 1,3% no mesmo período.
Mais pessoas acima dos 60
A população de jovens do RS também apresentou queda, enquanto a mais velha aumentou. Segundo a PNAD, a população com idades entre 15 e 29 anos somava 11,2% em 2012, mas em 2023 caiu para 10,2%. Em contrapartida, a população com 60 anos ou mais passou de 45,5% para 49,3%.
No país, a parcela de pessoas de 15 a 29 anos passou de 12,4% em 2012 para 12,1% em 2023. Entre as pessoas com 60 anos ou mais, a oscilação foi de 40% para 40,9%.